A pressão para mudanças radicais no COB (Comitê Olímpico do Brasil) não vem partindo apenas do COI (Comitê Olímpico Internacional). Se não bastasse ter os recursos de patrocínio vindos de Lausanne suspensos enquanto um novo estatuto não for aprovado, o COB tem ainda uma ameaça caseira. O ministério do Esporte, diante de todo o quadro da crise que culminou com a prisão de renúncia do ex-presidente Carlos Nuzman, deu uma espécie de ultimato.
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“Estamos tendo boas conversas com a nova gestão do Comitê Olímpico. Mas fomos claros e dissemos para eles: ‘ou vocês promovem ações que promovam profundas alterações estatutárias ou é possível que ocorra uma suspensão de repasse de recursos'”. A declaração foi dada nesta terça-feira por Raimundo da Costa Santos Neto, diretor do departamento de esporte de base e alto rendimento do ministério do Esporte. Ele integrava uma das mesas de debate do seminário “Novos Horizontes para o Esporte do Brasil”, promovido pela ONG “Atletas pelo Brasil”, no Museu do Futebol, em São Paulo.
Apesar do tom de ameaça, o integrante da pasta que sustenta boa parte da estrutura do esporte olímpico brasileiro mostrou otimismo. “O momento é ideal para várias discussões. Mas temos que ter cuidado para aplicar o remédio com cautela e não matar o doente”, comparou, referindo-se aos atletas, que no final são aqueles que recebem os recursos públicos.
As mudanças no estatuto do COB, convocadas pelo presidente Paulo Wanderley, estão sendo discutidas por uma comissão de reavaliação estatutária formada por quatro dirigentes: José Antonio Fernandes (presidente da confederação de atletismo), Ricardo Machado (esgrima), Marco Aurélio Ribeiro (vela) e Tiago Camilo (presidente da comissão de atletas).
Até a próxima sexta-feira (10), a comissão estará recebendo sugestões para o novo estatuto. A Assembleia Geral para aprovação do texto final será no próximo dia 22.
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