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Polêmica termina e CBSk irá comandar o skate do Brasil nos Jogos de Tóquio-2020

Decisão do COB em dar à CBSk à gestão do skate do Brasil para Tóquio-2020 pôs fim à polêmica que ameaçava a participação dos grandes nomes da modalidade

Após uma polêmica que durou quase um ano, nesta terça-feira (31) o COB (Comitê Olímpico do Brasil) definiu que será a CBSk a responsável pela organização do skate para a Olimpíada de Tóquio-2020. Ao reconhecer a Confederação Brasileira de Skate, o COB encerra uma disputa que tinha como outra interessada a CBHP (Confederação Brasileira de Hóquei e Patinação), entidade até então indicada pela World Skate (antiga FIRS) como a responsável pelo skate olímpico. O esporte fará sua estreia na Olimpíada de Tóquio-2020.

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A decisão foi festejada por dois dos maiores nomes do skate mundial e ídolos da modalidade no Brasil, Sandro Dias, o Mineirinho, e Bob Burnquist, que por sinal é o atual presidente da CBSk. Os dois inclusive gravaram um vídeo comemorando o reconhecimento do COB:

Desde o início do ano, o blog vinha acompanhando de perto a verdadeira novela que se tornou a disputa pela organização do skate olímpico brasileiro. Mais recentemente, com a chegada de Burnquist à presidência da CBSk, imaginava-se que um acordo com a CBHP poderia ocorrer. Ainda mais por conta de uma fusão da FIRS com a ISF (Federação Internacional de Skate), de onde nasceu a nova World Skate (Skate  Mundial), já filiada ao COI. Mas não foi bem isso que ocorreu.

Mesmo tendo a intermediação do COB, as duas entidades não chegaram a um acordo.  O maior problema da disputa era a ameaça de boicote dos principais skatistas brasileiros, contrários à gestão da CBHP para sua modalidade em Tóquio. Há também uma questão financeira importante envolvendo esta disputa: a briga pelos cerca de R$ 760 mil que o COB distribuirá de verbas da Lei Angelo/Piva em 2018.

A CBHP confiou que seu bom relacionamento com a diretoria da World Skate seria o bastante para assegurar seu protagonismo no caso. O resultado anunciado nesta terça-feira mostra que eles estavam enganados.

A palavra do COB

Procurado, o COB explicou o motivo pelo qual decidiu conceder à CBSk a organização do skate olímpico. “Assim como no Brasil, a nível internacional havia duas entidades, uma de patinação e outra de skate. As duas se juntaram para formar a World Skate (WS). Com isso, o COB perguntou à WS quem no Brasil deveria tomar conta do skate. E eles disseram que por conhecer melhor as particularidades do skate no Brasil, caberia ao COB decidir. E pela representatividade que tem perante o skate e sua comunidade, o COB decidiu que seria a CBSk. Com isso, os recursos da Lei Agnelo/Piva serão orientados para eles”, disse o COB, por meio da assessoria de imprensa da entidade.

Do ponto de vista burocrático, a CBSk ainda precisa cumprir alguns ritos, segundo o COB, como se filiar à World Skate e por fim, ao COB. Já o fato de contar com um ídolo do esporte mundial como presidente da entidade ajudou na decisão. “Não foi exatamente pela presença de Bob, mas principalmente pela WS ter atribuído ao COB a decisão de quem seria o responsável pelo skate olímpico. A decisão pela CBSk seguiu o bom senso”, finalizou a assessoria do COB.

CBHP fala em prejuízos financeiros

Procurada pelo blog, a CBHP soltou um comunicado mostrando decepção com a decisão do Comitê Olímpico do Brasil e falando sobre prejuízos financeiros e de imagem.

“Fomos surpreendidos pela informação de que o COB decidiu não honrar o reconhecimento dado à CBHP há exatos 12 meses. Estamos questionando esta atitude em todos os níveis, pois ela fere os Estatutos do próprio COB e da federação internacional à qual somos filiados há mais de 60 anos. É um ato movido à interesses ainda pouco claros mas que logo virão à tona e que, se concretado, trará sérios prejuízos financeiros e de imagem à nossa entidade, assim, teremos de lutar em todos as estâncias para não sofrermos estas consequências”, afirmou Moacyr Neuenschwander Junior, presidente da CBHP.

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