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Não é só Nuzman que vai perder a histórica assembleia do COI no Peru

Carlos Arthur Nuzman não poderá participar da Assembleia Geral do COI que começou nesta segunda. Mas outros dirigentes também estarão ausentes

O alemão Thomas Bach, presidente do COI, fala na abertura da Assembleia em Lima. Carlos Nuzman não estará presente (Crédito: AFP PHOTO / Martin Bernetti)

Um dos alvos da operação Unfair Play, que investiga compra de votos na eleição do Rio de Janeiro para a Olimpíada de 2016, Carlos Arthur Nuzman está impedido de deixar o Brasil. Sem ter em mãos seus passaportes, entregues à Polícia Federal (inclusive um passaporte russo!), Nuzman terá que ver de casa os desdobramentos da histórica Assembleia Geral do COI (Comitê Olímpico Internacional), em Lima (Peru). Mas se há algum consolo, não será somente o brasileiro que não poderá marcar presença.

A 131ª Sessão do COI irá, entre outras coisas, outorgar a Paris e Los Angeles as sedes das Olimpíadas de 2024 e 2028, respectivamente. Um momento histórico para Thomas Bach, presidente do COI, justamente numa época em que a entidade vem encontrando dificuldades para encontrar interessados em organizar Jogos Olímpicos, com custos cada vez mais proibitivos. O encontro começou nesta segunda-feira (11), com a reunião do comitê executivo. A Assembleia Geral tem início previsto para quarta-feira (13).

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Um dos dirigentes que não estará em Lima é o sheikh Ahmad Al-Ahmed Al-Sabah. Será uma ausência bastante relevante, é bom que se diga. Presidente da ANOC (Associação dos Comitês Olímpicos Nacionais), o kuwaitiano tem muito influência no esporte da Ásia. Ele dirige, desde 1990, a federação de futebol do Kwait.

Segundo informou o site “Inside the Games”, o sheikh Al-Ahmad deu como justificativa para ausência acompanhar a reta final de preparação para os Jogos Asiáticos indoor, que acontecerão no Turcomenistão, em Ashgabat, a partir do dia 17. Ele temia que se participasse do encontro do COI, que vai até o final desta semana, não chegaria a tempo. Mas os comentários nos bastidores em Lima é que os motivos são outros. Al-Ahmad estaria temeroso de sofrer algum tipo de sanção da justiça dos Estados Unidos, que investiga sua ligação com denúncias de fraudes. O dirigente do Kuwait até demitiu-se do conselho de apelação da Fifa por seu envolvimento no caso relacionado ao ex-dirigente Richard Lai, banido da Fifa por acusação de suborno.

Os ausentes

No total, seis dos 94 membros com direito a voto na Assembleia do COI possivelmente não estarão presentes em Lima. Também estarão ausentes o irlandês Patrick Hickey – aquele preso durante a Rio-2016 acusado de envolvimento com esquema de cambistas -, que pediu demissão do cargo; o namíbio Franckie Fredericks, um dos envolvidos na acusação de compra de votos para o Rio ganhar a eleição para 2016; o sul-coreano Kun-Hee Lee, que está com problemas de saúde e não viria mesmo; o catari Tamim bin Hammad, por conta dos problemas políticos deu seu país com os vizinhos do Golfo Pérsico; e a russa Elena Isinbayeva, integrante da comissão de atletas do COI, que em julho anunciou estar grávida do segundo filho.

Aliás, como gostam de meter em confusões estes membros do COI, hein?

Pelo Brasil, o representante na Assembleia em Lima será Bernard Rajzman, que tem direito a voto. Se pudesse viajar, Nuzman apenas seria um espectador privilegiado, pois não tem direito a voto. Ele poderia, talvez, se defender das acusações que lhe são imputadas pela Unfair Play. Terá que fazê-lo de longe. Detalhe: já existe pressão de alguns dos integrantes do COI para que medidas duras sejam tomadas diante das acusações dos ministérios públicos da França e do Brasil.

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