Certamente que muitos se lembram do lançamento das medalhas da Olimpíada e Paralimpíada Rio-2016. Na época, os representantes da Casa da Moeda do Brasil enalteceram o fato de que elas foram produzidas com material reciclado. Além disso, os insumos dos produtos que faziam parte da cerimônia de premiação eram provenientes de madeira (certificados, estojos e diplomas), com certificação FSC (Forest Stewardship Council), garantia de que a origem é de áreas com manejo ambiental sustentável e socialmente responsável.
Muito bacana essa consciência ecológica dos organizadores da Rio-2016. Pois bem, alguma coisa não deu muito certo.
Reportagem da agência de notícias Reuters acrescentou mais um fato desagradável para o currículo pós-olímpicos dos Jogos. Se não bastasse a polêmica sobre o legado do Parque Olímpico, a falta de transparência nos custos finais do evento e da dívida superior a R$ 100 milhões do comitê organizador, eis que agora as medalhas estão no olho do furacão. Ou melhor, caindo aos pedaços.
Dezenas de medalhas entregues na Olimpíada e Paralimpíada Rio-2016 terão que ser substituídas. De acordo com o diretor de comunicação da Rio-2016, Mario Andrada, cerca de 7% do total está enfrentando problemas, especialmente na cobertura da medalha.
“Parece que tem algo a ver com a diferença de temperaturas. Ao lado do COI, estamos montando um sistema para substituir estas medalhas defeituosas. Mas posso assegurar que todas as medalhas que apresentarem problemas serão reparadas ou substituídas”, disse Andrada.
A maior parte dos problemas atinge as medalhas de prata. No geral, elas estão perdendo a cor original ou tendo a própria cobertura danificada.
No total, foram entregues 2.021 medalhas na Rio-2016. Se a conta do comitê organizador estiver correta, estamos falando em 141 defeituosas.
É pouco? Se olharmos para o todo, claro que sim. Mas não deixa de ser mais um ponto negativo para quem já está com o boletim repleto de notas vermelhas, como é o caso do comitê organizador da Rio-2016.
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