Carlos Artur Nuzman está eliminado na eleição para o novo presidente da Odepa. Após empatar em 14 votos com o chileno Neven Ilic, foi eliminado na segunda rodada. O chileno Ilic, presidente do comitê olímpico de seu país, derrotou por um voto o dominicano José Joaquín Puello e será o novo presidente da entidade.
Nuzman, que no ano passado foi reeleito pela oitava vez para comandar o COB (Comitê Olímpico do Brasil), tem como prêmio de consolação ter sido indicado por Thomas Bach, presidente do COI (Comitê Olímpico Internacional) para integrar a comissão de organização da entidade para a Olimpíada de Tóquio-2020. Um belo prêmio de consolação, diga-se de passagem, com verba de R$ 1,5 mil a cada dia de trabalho e todas despesas pagas.
O mandatário do COB ainda ostenta a condição de presidente da Odesur (Organização Desportiva Sul-Americana), uma entidade de pouca representatividade e que conta com somente seis comitês olímpicos nacionais.
E, para completar, ele ainda tem sob sua responsabilidade a chefia do comitê Rio-2016, cujas atividades deverão ser encerradas até o final deste semestre e está repleto de dívidas a pagar.
Sinceramente, acho que chegou a hora de Carlos Nuzman deixar um pouco de lado a atenção para a política esportiva internacional e voltar sua energia para seu próprio quintal. Olhar com lupa para o quadro desolador do esporte olímpico brasileiro. O quadro pós-olímpico tem sido terrível para várias modalidades, com a debandada de diversos patrocinadores importantes.
Sem falar na quantidade incrível de denúncias sobre má gestão, mau uso de dinheiro público, corrupção e outras barbaridades em várias das confederações esportivas que estão sob o guarda-chuva do COB.
Chegou a hora de Carlos Nuzman preocupar-se em reestruturar o esporte olímpico brasileiro e não dizer que retrocedemos 20 anos e ficar por isso mesmo.
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