Uma nota publicada em seu site no começo da tarde desta quarta-feira informava o cancelamento da Assembleia Geral da CBDA (Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos). A convocação, que estava marcada para acontecer no próximo sábado (18), agora não tem mais data para ocorrer. Na prática, o ato publicado pela atual direção da entidade anula também a eleição que iria escolher o sucessor de Coaracy Nunes, que está no poder desde 1988. Não há previsão da nova data para o pleito ocorrer.
Um detalhe importante na nota oficial é que o aviso de cancelamento tem como data o dia 9 de março, ou seja, na última quinta-feira. Qual o motivo dele ter sido publicado seis dias depois?
Talvez a resposta esteja na própria validade da atual gestão da CBDA, que pode ser constatada na ata da última Assembleia Geral que reelegeu novamente Coaracy Nunes para a presidência da entidade:
“ATA DA ASSEMBLEIA GERAL ORDINÁRIA ELETIVA DA CONFEDERAÇÃO BRASILEIRA DE DESPORTOS AQUÁTICOS-CBDA, COM SEDE Á RUA PROF. EURICO RABELO SIN, PORTÃO 18 – COMPLEXO ESPORTIVO DO MARACANÃ RIO DE JANEIRO RJ, REALIZADA NO DIA 09 DE MARÇO DE 2013, NO SALÃO DO COPACABANA MAR HOTEL, A AV. MINISTRO VIVEIROS DE CASTRO, 155, COPACABANA, RIO DE JANEIRO, RJ, COM A PRESENÇA DOS PRESIDENTES OU REPRESENTANTES DAS FEDERAÇOES ABAIXO RELACIONADOS:”
“O Presidente da Assembléia retornou ao item e) que trata da eleição para os cargos de Presidente, Vice-Presidente e Membros do Conselho Fiscal da CBDA, para o quadriênio 2013 a 2017”
Os trechos em negrito são do blog.
Quais as consequências de toda esta confusão? Fora o vexame, talvez a maior delas seja o de tornar ainda mais incerto os rumos dos esportes aquáticos brasileiros neste início de ciclo olímpico. Para quem não sabe, a eleição já estava suspensa desde o começo do mês, graças a uma liminar obtida na Justiça pela nadadora Joanna Maranhão. Ela questiona a formação da Comissão de Atletas, que foi escolhida pela diretoria da CBDA e não pelos nadadores. Nesta comissão, fazem parte Thiago Pereira e Ana Marcela Cunha, entre outros.
Se não pode fazer a eleição, a Assembleia poderia deliberar sobre outros itens importantes para a modalidade, como calendário, participação em competições internacionais, formação de seleções etc. A CBDA, contudo, preferiu cancelar tudo e esperar pelo desenrolar dos fatos.
Por fim, deixo uma outra pergunta no ar: se a atual gestão foi eleita dia 9 de março de 2013, e publicou esta nota oficial em 9 de março de 2017, será que ainda está legalmente em condições de comandar o rumo dos esportes aquáticos do Brasil?