“Eu acredito que a inspiração é você ir atrás de um mundo melhor. Muita gente considera isso utópico, consideram isso um cliché, mas se a gente não começar ninguém vai começar. Então… É do seu jeitinho você fazer um mundo melhor. Sendo uma boa pessoa, sendo gentil, ajudando os outros”, essa é a definição de Verônica Hipólito para a palavra Inspiração. Assista ao vídeo!
Campeã mundial aos 17 anos, a representante do atletismo paralímpico sabe muito bem o que quer. Busca ser reconhecida pelas grandes conquistas e já pode se considerar uma inspiração para jovens.
“Foi uma história que ainda me deu muito mais força pra continuar no esporte. E ver que tudo é possível mesmo, que você pode chegar onde você quiser. Independente das coisas que você já passou ou vai vir a passar”, conta Marcelly Pedroso, de 16 anos, também da classe t37.
“Ela já chegou falando pra mim que eu ia conseguir, que eu tinha futuro. E foi ai onde eu falei: ‘eu tenho mesmo futuro, é uma pessoa muito importante falando isso’. Assistir uma pessoa na televisão que você vê que você conhece, que está quase todo dia com ela, é incrível!”, completa com brilho nos olhos Marcelly, que corre 100m, 200m, e, agora, começou a fazer salto em distância e 400m.
A proximidade e a relação com o ídolo fazem toda a diferença no desenvolvimento da base do esporte: “Ter ela do meu lado, saber que eu posso contar com ela é totalmente diferente. Ela virou uma grande amiga pra mim. Ela brinca toda hora, ela fala que eu sou nova ainda e que logo logo vou estar pegando ela. E eu falo: “vou pegar mesmo!,” conclui Marcelly.
Verônica Hipólito sabe da importância de tudo isso e relembra o seu próprio início no esporte: “Eu vejo, pelo menos comigo, eu não tive ninguém além dos meus pais que tivesse realmente ido lá, um atleta que tivesse me dado um empurrãozinho no início. No início não teve. Eram meus pais e eu, todos os meus outros ídolos estavam na televisão. E alguns que eu conhecia eu me decepcionava porque eles eram outras pessoas.”
O que poderia ser uma decepção se tornou uma forma de inspirar os outros: “E por isso que eu trago muito pra mim: Não adianta nada você ser o melhor dentro das pistas, das quadras, das piscinas, e você maltratar as pessoas fora. O que eu faço pelas pessoas, o que eu converso é aquilo que talvez eu gostaria que tivesse acontecido comigo”, conta Hipólito.
Com duas medalhas paralímpicas na carreira, a missão além conquistar mais delas na pista passa a ser algo a mais: “Eu acho que você chegar sozinho num lugar, conquistar sozinho seu sonho, cara, é muito chato. Você tem que levar as pessoas contigo”.
“Estão faltando heróis no Brasil. Ou será que já tem e não estão dando a atenção que merecem? Então, acreditem no esporte, mas acreditem de verdade nele. Existem muitos heróis aqui dentro e ainda podem surgir muitos novos heróis, muitas novas inspirações”, finaliza Verônica.