Desde que passaram a ter presença assegurada nas Olimpíadas, as atletas muçulmanas vem convivendo com as duras regras do islamismo. Têm sido comum vê-las competindo com peças de roupas cobrindo suas cabeças e outras partes do corpo. Se depender de um grupo feminista francês, esta situação será diferente nos Jogos Olímpicos de Paris-2024.
O grupo feminina francês Liga Internacional pelos Direitos da Mulher (ILWR) publicou um texto endereçado ao comitê organizador de Paris-2024. No texto, a autora Annie Sugier pede que seja proibido o uso do hijab ou da al-amira (tipos de véus usados para cobrir a cabeça) para as atletas muçulmanas. O tema foi abordado também pelo site “Inside the Games”, que cobre o noticiário do esporte olímpico.
+ O blog está no Twitter. Clique e siga para acompanhar
+ Curta a página do blog Laguna Olímpico no Facebook
+ O blog também está no Instagram. Clique e siga
Co-autora de um livro chamado “Como o islamismo perverteu as Olimpíadas”, Sugier sugere que se proíba a participação das nações islâmicas que fazem este tipo de exigência. Para o ILWR, tal prática vai contra a Carta Olímpica do COI (Comitê Olímpico Internacional).
Segundo Sugier, os países islâmicos foram autorizados a proibir suas mulheres de disputar eventos mistos e só competir em esportes compatíveis com a lei islâmica.
Irâ e Arábia Saudita são os dois países que obrigam as atletas a competirem de acordo com o que determina o islã.
Galeria da Olimpíada de Paris-2024
Além de lembrar do “apartheid sexual” imposto por estes países a suas mulheres, o grupo feminista francês argumenta um outro ponto de desrespeito à Carta Olímpica. Annie Sugier lembra que não é permitida nenhuma propaganda religiosa em áreas sob jurisdição do COI durante a Olimpíada.
Ao mesmo tempo que tem um grupo feminista buscando igualdade às atletas muçulmanas, a França convive com a fama de tentar restringir cada vez mais as exibições públicas do islã no país.
O país aprovou, em 2010, uma lei proibindo o uso de véus como o niqab (onde apenas os olhos da mulher estão descobertos). A lei previa uma multa de até 150 euros (R$ 650) a quem fosse flagrada usando estas vestimentas.
O Tribunal Europeu de Direitos Humanos contestou a lei, que acabou sendo revogada em 2014.
VEJA TAMBÉM:
+ Paris-2024 divulga programa esportivo da Paralimpíada
+ Festa pára Paris-2024 e LA-2028 é justa, mas não resolve os problemas do COI
+ Lei de Trump para imigração causa ‘fogo amigo’ em atleta americana
+ O calendário 2019 do esporte olímpico