Se não bastasse todo o mal que causa ao esporte, o doping vem aumentando seu alcance no universo de atletas. E nem mesmo os mais jovens acabam escapando.
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Já tinha causado espanto a notícia da última terça-feira (29) de que a judoca Jéssica Pereira, 24 anos e quinta colocada no último Campeonato Mundial, havia sido flagrada com uma substância diurética. Ela foi suspensa preventivamente pela ABCD (Autoridade Brasileira de Controle Antidopagem) e pelo código da entidade, pode pegar até dois anos de suspensão.
Jéssica é considerada pela CBJ (Confederação Brasileira de Judô) a principal esperança do Brasil na categoria 52 kg, depois da aposentadoria de Érika Miranda. Se a suspensão se confirmar, ela poderá ficar fora da Olimpíada de Tóquio-2020.
Mais assustador é saber que atletas mais jovens estão sendo flagrados nos controles de dopagem.
Reportagem desta quinta-feira (31) do jornal “Folha de S. Paulo” mostrou a incrível história do doping de Victória Marchesini, de apenas 20 anos. Atleta revelação do pentatlo moderno, ela acabou testando positivo durante o Campeonato Brasileiro da modalidade, em dezembro de 2018.
Foi a primeira vez que a CBPM (Confederação Brasileira de Pentatlo Moderno) realizou testes antidoping em seus atletas.
O incrível no caso de Victória é que ela testou positivo para duas substâncias proibidas. Uma delas, a Oxandrolona, costuma ser encontrada em exames. Pior mesmo foi em relação à segunda. A GW 501516, que está na lista proibida da Wada (Agência Mundial Antidoping) desde 2009, só é adquirida no mercado negro.
Se for condenada (também está suspensa preventivamente), Victória poderá pegar até quatro anos de suspensão.
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Em um momento de reorganização do esporte brasileiro, no qual o próprio Ministério do Esporte foi rebaixado para a categoria de secretaria especial no governo Jair Bolsonaro, a questão do doping certamente não terá a atenção que merece nos próximos anos. A lista de casos positivos na página da ABCD só aumenta, nas mais variadas modalidades.
Se lá atrás o doping costumava ser uma artimanha de atletas veteranos buscando algum tipo de ganho extra na performance, hoje os casos positivos atingem a todas faixas etárias. Muitos inclusive andam se dopando por puro descuido ou mesmo desconhecimento, como são os casos de contaminações cruzadas, uma verdadeira praga.
Que Jéssica e Victória tenham sorte e consigam retomar a carreira sem maiores problemas.