No último domingo (15), o novo presidente do COB (Comitê Olímpico do Brasil), Paulo Wanderley, concedeu uma entrevista à “Folha de S. Paulo”. Alçado ao cargo após a prisão de Carlos Nuzman, Wanderley falou um pouco sobre os planos de modernização da entidade. Mas um ponto me fez ligar um sinal amarelo: a aparente timidez no tamanho da reformulação do estatuto do COB.
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Em determinado momento da entrevista, ao ser questionado sobre a maior presença de atletas no atual colégio eleitoral do COB, Paulo Wanderley foi taxativo. Disse que já havia feito isso na CBJ (Confederação Brasileira de Judô), que comandou por 16 anos. Mostra alguma dúvida da forma com que isso ocorrerá, admite que é um caminho sem volta. Mas ele entende que o peso do voto dos atletas ainda deve ser menor do que o das confederações.
Aí que mora o perigo.
Embora justifique sua tese afirmando que o peso precisa ser maior para os presidentes das confederações, Paulo Wanderley indica um caminho pouco ousado em busca de uma mudança de rumo. É bom ninguém esquecer que o Brasil se encontra neste momento SUSPENSO pelo COI (Comitê Olímpico Internacional), reflexo dos atos cometidos por Nuzman nos últimos anos.
Mesmo que a a sinalização vinda do COI tenha sido positiva com as primeiras atitudes da gestão Paulo Wanderley, ainda assim pode ser pouco. A convocação de uma comissão para estudar um novo estatuto ou promessa de maior participação de atletas no colégio eleitoral são obviamente pontos a serem exaltados. Em 22 anos de reinado, o que Carlos Nuzman fez neste sentido? Mas talvez fosse melhor que Wanderley dese um passo à frente.
Por que não convocar uma nova eleição geral? Afinal, o COI pode interpretar que o atual presidente, por ter sido vice de Nuzman, mesmo não tendo responsabilidade nos malfeitos, fazia parte da mesma chapa. Um novo pleito, colocando obviamente seu nome entre os candidatos, daria um peso ainda maior ao nome de Paulo Wanderley e uma força política incontestável perante à comunidade olímpica internacional.
Neste momento, o que menos o esporte olímpico brasileiro precisa é de timidez em busca de novos caminhos que o tirem do fundo do poço.
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