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Rio-2016, um legado ainda incerto para o Brasil

Um ano depois da abertura dos Jogos Rio-2016, ainda existem dúvidas se o esporte brasileiro saberá aproveitar no futuro as lições e triunfos conquistados

Estádio Maracanã Rio 2016

Para o COI, a Rio-2016 pode ser considerada um sucesso, apesar dos problemas. Qual o legado que ficará? (Crédito: Fabio Gonçalves)

A edição impressa deste sábado (5) de LANCE! traz uma página dupla com um balanço de um ano da Olimpíada Rio-2016. Orçamento estourado, uso das arenas, mobilidade urbana etc. Os amigos da redação me convidaram e fiz um breve balanço do ponto de vista do legado esportivo, que reproduzo abaixo.

Há um ano, enquanto acompanhava na tribuna de imprensa do Maracanã a maravilhosa cerimônia de abertura para a Olimpíada Rio-2016, um pensamento dividia a minha atenção: o que será que o Brasil iria conseguir levar de positivo de toda a festa olímpica nos anos seguintes?

Se é inegável apontar que como evento os Jogos Rio-2016 foram um sucesso de público e organização, também não se pode negar a realidade. São muitos os problemas e dúvidas que tomaram conta do esporte brasileiro após os 21 dias maravilhosos que a chama olímpica esteve acesa na pira da Candelária.

O legado olímpico, esta expressão tão falada e pouco vista, ainda irá demorar algum tempo para ser sentido por estas terras. Em relação ao legado esportivo, arrisco a dizer que os efeitos da ressaca pós-olímpica irão atrapalhar muito a possibilidade de se repetir em Tóquio-2020 o ótimo desempenho apresentado pelos atletas brasileiros nas arenas do Rio de Janeiro. O recorde de 19 medalhas (sete de ouro, seis de prata e seis de bronze) dificilmente será repetido na próxima Olimpíada.

A própria estrutura do esporte olímpico brasileiro, extremamente dependente dos cofres públicos, também irá sofrer nos próximos anos por causa da crise econômica e queda nos investimentos. A influência nos resultados será uma consequência disso. São inúmeros os exemplos de confederações que perderam patrocinadores e o reflexo imediato é um prejuízo no desempenho de vários atletas e equipes.

Neste ano que passou após a Rio-2016, vimos entidades acusadas de desvio de dinheiro público, penalizadas com suspensão de competições internacionais e até dirigentes presos. As configurações de vexames foram sendo atualizadas ao longo dos últimos 12 meses.

Há uma luz no fim do túnel, contudo. A boa participação da natação brasileira no Mundial de Budapeste, que passou em branco na Olimpíada e voltou com oito medalhas (incluindo a maratona aquática) é um sintoma de que o Brasil tem potencial para mostrar que o legado da Rio-2016 segue vivo.

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