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Pan-Americano

Os planos de Nuzman para conquistar a presidência da Odepa

Para tentar vencer a eleição marcada para abril, Carlos Nuzman promete modernizar a entidade e voltar a tornar os Jogos Pan-Americanos relevantes

Modernizar uma entidade ultrapassada, que mal consegue organizar uma única competição poliesportiva, que por sinal há anos perdeu sua relevância. Para isso, apostar em grande trabalho de marketing e incremento nos direitos de transmissão. Esses são alguns dos planos do brasileiro Carlos Arthur Nuzman para conquistar a presidência da Odepa (Organização Desportiva Pan-Americana). A eleição para a sucessão do uruguaio Julio Maglione está marcada para o dia 26 de abril, em Punta Del Este (Uruguai).

Nuzman terá que brigar pelos votos dos 41 representantes dos comitês olímpicos do continente contra outros três candidatos. São eles o chileno Neven Ilic, o dominicano José Joaquim Puello e Keith Joseph, de São Vicente e Granadinas. No início deste mês, Richard Peterkin, representante de Santa Lúcia, retirou sua candidatura.

Parte do projeto do dirigente brasileiro para vencer a eleição da Odepa foi revelado pelo site “Inside the Games” no último final de semana. A publicação teve acesso a uma apresentação em “power point” na qual Nuzman promete, entre outras coisas, restaurar a grandeza da entidade. “Os Jogos Pan-Americanos devem trazer de volta a glória de ser o segundo mais importante evento multi-esportivo do mundo.”

Convenhamos, ele terá bastante trabalho para cumprir essa promessa, caso seja eleito em abril…

O Pan-Americano deixou de ser relevante há muito tempo. A crise para organizar o Pan de Lima-2019 não me deixa mentir. Maior prova disso é que os Estados Unidos, maior potência olímpica das Américas, nunca leva seus principais atletas nas modalidades mais importantes. O Canadá, outra força continental, segue pela mesma trilha.

Os Jogos Pan-Americanos se tornaram um “laboratório”, onde os atletas são testados já pensando nas futuras edições olímpicas. As marcas esportivas do Pan em provas individuais também são bem inferiores em relação a outros eventos internacionais.

Nuzman, porém, não parece estar preocupado com isso. Ao menos nesta corrida eleitoral. Ele quer conquistar os corações e mentes dos cartolas das Américas prometendo um banho de profissionalismo em uma entidade que ficou por 40 anos sob o controle do mexicano Mario Vázquez Raña, morto em 2015.

Entre as propostas, o dirigente brasileiro (que completará 75 anos na próxima sexta-feira) propõe criação de novas comissões para o desenvolvimento do esporte no continente. Quer também criar uma agência de notícias da Odepa, para divulgar os feitos da entidade e a organização de eventos multi-esportivos regionais, de inverno e de praia, não estão descartados.

Se conseguir convencer os dirigentes e neutralizar a onda de notícias negativas do pós Rio-2016 (de onde era o presidente do comitê organizador), Nuzman pode ter sucesso nesta empreitada.

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