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A hipocrisia do golfe na Rio-2016

A decisão de uma série de golfistas em abrir mão de disputar os Jogos Olímpicos Rio-2016 tem muito mais a ver com o bolso do que medo do vírus zika

Rory McIlroy

O norte-irlandês Rory McIlroy é um dos que optaram em abrir mão do golfe na Olimpíada alegando medo do vírus Zika. Será?

* Coluna publicada na edição deste domingo (17/7) do diário LANCE!

A brasileira Victoria Lovelady foi confirmada na última sexta-feira pela Confederação Brasileira de Golfe (CBG) como a terceira representante do país na Olimpíada Rio-2016, que marcarão o retorno da modalidade ao programa esportivo dos Jogos. O problema foi a forma como isso aconteceu. Victoria só conseguiu assegurar sua presença na delegação brasileira por causa da desistência de uma outra jogadora, melhor classificada do que ela no ranking olímpico da IGF (Federação Internacional de Golfe). E desistências têm sido uma rotina no golfe nesta reta final para a Olimpíada, não poupando nem mesmo as principais estrelas.

De volta ao Jogos após 112 anos, era de se esperar que o golfe conseguisse empolgar os principais nomes da modalidade, mas o que vem acontecendo é justamente o contrário. Mais de uma dezena de golfistas já abriu mão de sua participação na Rio-2016, a maioria usando como desculpa a questão da epidemia do vírus da zika no Rio de Janeiro.

A verdade é que a maior parte dos golfistas está abrindo mão da Olimpíada para seguir disputando torneios milionários

Entre eles está o norte-irlandês Rory McIlroy, que já foi número um do mundo e é top 4 do mundo. Pois ele usou o zika como desculpa e chegou a pedir desculpas aos torcedores por sua decisão. Porém, na última semana, declarou que provavelmente nem assistirá ao golfe na Olimpíada, pois “daria prioridade às coisas que realmente importam”.

>>> E mais: Cielo fora da Rio-2016 não é o fim do mundo

Houve quem admitisse que o motivo real de tantas desistências no golfe passa muito longe do medo de contaminação pelo zika, como Brendon De Jorge, do Zimbábue, que apontou a preocupação dos jogadores em abrir mão de torneios que pagam milhões de dólares aos vencedores para brigar por “meras” medalhas olímpicas.

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O impacto das desistências no golfe da Rio-2016 já está repercutido forte dentro do Comitê Olímpico Internacional (COI). O presidente da entidade, Thomas Bach, admite reavaliar a permanência do esporte após os Jogos de 2020, marcados para Tóquio. E cá entre nós, seria justo acabar com esta hipocrisia e ver o COI cortando novamente o golfe para deixá-lo em seu próprio universo, que nada tem a ver com o da Olimpíada.

>>> Leia ainda: A lista dos brasileiros classificados para a Rio-2016

Novos esportes

Antes da Rio-2016, haverá a realização da 129 sessão dos integrantes do COI, que deverá, entre outras coisas, aprovar a inclusão de cinco novas modalidades para os Jogos de Tóquio-2020: beisebol/softbol, skate, surfe, caratê e escalada esportiva. Nesta reunião, não deverá ocorrer a exclusão de nenhum dos esportes olímpicos atuais.

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Tênis desfalcado

Não é apenas no golfe que os atletas têm usado o vírus zika como desculpa para abrir mão da Olimpíada. O tênis também conta com várias desistências, como as do canadense Milos Raonic e da romena Simona Halep, anunciadas nesta sexta-feira. O fato da Rio-2016 não contar pontos para os respectivos rankings mundiais parece ser o motivo real.

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