É sempre um prazer e um privilégio poder entrevistar Magic Paula, uma das maiores jogadoras da história do basquete feminino mundial. Tive a oportunidade de escutar a campeã mundial de 1994 e medalha de prata em Atlanta 1996 ao lado do companheiro Rafael Valesi, em uma longa conversa de mais de uma hora, registrada na edição desta última sexta-feira (19), nas páginas do LANCE!. E só para variar, Paula demonstrou ter os pés no chão ao falar de sua expectativa para os Jogos Olímpicos do Rio-2016 e, especialmente, para o que virá depois no cenário esportivo do Brasil.
“Acho que vai ser uma ressaca brava. Vai coincidir com o término de um evento sobre o qual se tinha uma expectativa enorme e a situação econômica complicada do nosso país. Porém, creio que poucos se deram conta”
Gestora esportiva, com passagem na direção do Centro Olímpico de São Paulo, além de comandar o Instituto Passe de Mágica há 11 anos, e ainda atuar como comentarista de basquete dos canais ESPN, Paula tem uma visão realista e por vezes bem crítica em relação à Rio-2016.
Coloca em dúvida, por exemplo, a questão do legado olímpico tão decantado pelo governo e organizadores dos Jogos. Ela questiona a tal meta do Brasil ficar no top 10 do quadro de medalhas da Olimpíada. Criticou ainda o investimento feito em esportes de alto rendimento, em detrimento ao esporte de base. De quebra, criticou a atual gestão da CBB (Confederação Brasileira de Basquete), envolvida em problemas com uma dívida astronômica e com a crise no basquete feminino.
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Em uma época na qual é possível se levar pelo embalo patriótico, pela proximidade da chegada da Rio-2016, e desta maneira deixar o senso crítico um pouco de lado, as palavras de Magic Paula merecem ser vistas com muita atenção por atletas e dirigentes.
Para os que não tiveram a oportunidade, recomendo a leitura da entrevista aqui e aqui.