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Hipismo traz mais uma crise fora de hora na reta de chegada do Rio 2016

Caiu como uma bomba a entrevista concedida nesta quarta-feira pelo presidente da CBH (Confederação Brasileira de Hipismo), Luiz Roberto Giugni, a respeito de uma ameaça, até então desconhecida, de o Brasil perder o direito de receber as competições de hipismo nos Jogos Olímpicos do Rio 2016. Em um evento realizado em São Paulo, o dirigente acusou o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento de não emitir um certificado de garantias sanitárias para que as equipes estrangeiras possam trazer os cavalos para competir no Brasil.

A CBH até emitiu uma nota oficial em seu site durante a tarde, para tratar do mesmo tema. “O problema que existe hoje  é em relação ao Ministério da Agricultura que precisa atender às exigências da FEI e da comunidade européia. Atualmente não há nenhum acerto do certificado sanitário com Europa, Estados Unidos e Canadá e a FEI colocou um prazo de até o final do mês para resolver esta questão”, diz o comunicado da confederação. Na coletiva, Giugni disse que há risco de as competições de hipismo não serem disputadas no Brasil.

Luiz Roberto Giugni critica a postura do Ministério da Agricultura na organização do hipismo em 2016. Crédito: Reprodução

Luiz Roberto Giugni critica a postura do Ministério da Agricultura na organização do hipismo em 2016. Crédito: Reprodução

A chiadeira não sensibilizou muito o Comitê Rio 2016, que ao UOL declarou que ainda considera precoce a preocupação dos dirigentes. “”A FEI está preocupada, mas até o momento nós não temos nenhuma confirmação oficial sobre esse risco”, afirmou. O Ministério da Agricultura também emitiu nota e disse que há tempo suficiente para emitir as tais garantias. “São mais de seis meses de folga para a certificação e está tudo dentro do cronograma, não tem nenhum dificuldade”, disse o órgão em nota oficial, para o Estado de S. Paulo.

Coincidentemente, nas últimas três semanas reservaram dores de cabeça para os organizadores dos Jogos Olímpicos. Em setembro, a agência Associated Press divulgou uma carta da Fina (Federação Internacional de Natação) criticando as instalações das sedes olímpicas da natação, nado sincronizado, saltos ornamentais, polo aquático e também das competições em águas abertas. A principal bronca dos cartolas da natação foi a capacidade da arena de natação, que no Rio terá 13 mil lugares, contra 17.500 de Londres 2012.

Em sua defesa, a prefeitura do Rio disse que fez todos os ajustes necessários nas instalações atendendo os requisitos do COI (Comitê Olímpico Internacional) e que abriu mão de colocar uma cobertura mais ampla tanto no Estádio Aquático quanto no Parque Maria Lenk (que receberá as provas de polo aquático) por uma questão de economia.

No último final de semana, durante a realização do evento teste de Ciclismo BMX, no Complexo Esportivo de Deodoro, os atletas se recusaram a competir no sábado porque avaliaram que o traçado estava muito perigoso. Ajustes chegaram a ser feitos para o domingo, mas após a queda da ciclista brasileira Bianca Quinalha, os atletas voltaram a reclamar do percurso e a prova masculina não foi realizada. “Lógico que todos os atletas preferiam correr. Mas está inviável, perigoso”, diz Renato Rezende, um dos principais destaques do ciclismo BMX do Brasil.

A confusão revoltou Carlos Arthur Nuzman, presidente do Comitê Rio 2016, que não aliviou nas críticas ao delegado da UCI (União de Ciclismo Internacional). ” A Federação Internacional aprovou, isso eu quero deixar claro. Me surpreendeu muito o delegado técnico ser fraco, não ter segurado e ter dado as determinações do que deveria ser feito”, disse Nuzman ao Globoesporte.com.

Descontados alguns exageros aqui e ali, como parece ser o caso do hipismo, a verdade é que a 302 dias para a abertura das Olimpíadas de 2016, estas crises que começam a pipocar na reta de chegada dos Jogos do Rio 2016 mantém aquele velho sinal amarelo ligado em relação ao bom andamento do mega evento no ano que vem.

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