Neste final de semana, o tiro esportivo do Brasil definiu mais uma vaga para os Jogos Olímpicos do Rio 2016, durante o Mundial da modalidade, na prova da fossa olímpica, realizado em Lonato, na Itália. Porém, ainda não se sabe ao certo quem levará a vaga. E o problema são os nada claros critérios da CBTE (Confederação Brasileira de Tiro Esportivo), que só alimentam essa grande confusão.
Principal nome da fossa olímpica no Brasil, com dois Jogos Olímpicos no currículo (Seul 1988 e Atenas 2004), o dentista paranaense Rodrigo Bastos, de 47 anos, chegou ao Mundial na condição de favorito para sacramentar sua classificação. Entre os três brasileiros na disputa na Itália, foi quem teve a pior classificação, ao terminar em 106º lugar, com 109 pontos. Ficaram à sua frente o gaúcho Roberto Schmits, em 50º (115) e André Altobello, em 27º (116). A prova foi realizada nesta último sábado (12) e justamente aí que começa a confusão.
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Para Bastos, a vaga é sua, a despeito de ter feito o pior desempenho no Mundial. Em entrevista que concedeu a mim no mês de maio, para o portal iG, o atirador paranaense dava como praticamente certa sua presença nos Jogos Olímpicos do ano que vem. “O planejamento da Confederação para compor a seleção abrange todas as etapas de Copa do Mundo de 2015 e o Mundial de 2015. Fiz as duas etapas da Copa deste ano. Faço a terceira no Azerbaijão e os três melhores vão para o Mundial. Com os resultados que já conquistei, eles precisam atirar muito bem para me alcançar e provavelmente terei vaga no Mundial”, disse Bastos, em reportagem publicada em 10 de maio.
Não é o que pensa Roberto Schmits, grande rival de Bastos na briga pela vaga. Natural da cidade de Canela (RS), o atirador de 46 anos e que tem como melhor resultado uma medalha de bronze no Pan-Americano de Guadalajara 2011, comemorou a classificação em sua página no Facebook. “Rio-2016 me espera. O que era para ser, aconteceu. Como disse um amigo: ‘Não te preocupas com nada, está escrito!’ Que venha o Rio”, escreveu Schmits em seu post, ainda agradecendo ao técnico italiano da seleção brasileira, Carlo Danna, pelo feito inédito.
Bastos, cuja classificação foi anunciada em outros veículos, também usou sua página pessoal no Facebook para “comemorar” a presença nas Olimpíadas de 2016. Abaixo, a reprodução de seu post:
“Olimpíadas do Rio, aí vou eu!
Acabo de garantir a vaga na Fossa Olímpica para as Olimpíadas do Rio de Janeiro, em 2016!
Segundo as regras estabelecidas pela Confederação Brasileira de Tiro Esportivo, a vaga fica com o atleta que somar mais pontos nas etapas de Acapulco (México), Al Ain (Emirados Árabes) e Gabala (Azerbaijão) da Copa do Mundo de Tiro e no Mundial de Tiro, em Lonato (Itália). Eu consegui 116 pontos em Acapulco, 121 pontos em Al Ain – onde fui finalista – , 117 pontos em Gabala e 109 pontos em Lonato, onde a competição terminou nesse sábado, dia 12 de setembro. Na soma das pontuações da quatro competições, fiquei um prato à frente do segundo colocado.
Foi por pouco, mas a vaga é minha!”
O companheiro Marcelo Romano, que edita o ótimo blog Romano Olímpico, informou em sua conta no Twitter que havia conversando com o presidente da CBTE, Durval Luz Belen, que lhe confirmou que a vaga ficou para Schmits. Agora, uma breve cornetada: custava à entidade deixar claro qual o critério? Vai procurar agora no site da CBTE para tentar encontrar algum texto sobre isso? Se existe, encontra-se muito bem escondido.
Cabe agora que a Confederação esclareça essa confusão o mais rápido possível. Na verdade, esse esclarecimento deveria ter sido feito ainda neste domingo (13), um dia depois da confusão estabelecida.
Vamos aguardar…