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Seleção Brasileira

Jogo-exibição de handebol é positivo contra a monocultura esportiva

Para os mais torcedores puristas, o fato do jogo ser disputado em um período mais curto é negativo e chegou a ser bastante criticado em algumas redes sociais, com os fãs considerando um absurdo o encurtamento do jogo por causa da grade de programação da emissora

Dara, capitã da seleção feminina de handebol, estará em ação domingo, contra a Noruega. Crédito: Photo&Grafia

Dara, capitã da seleção feminina de handebol, estará em ação domingo, contra a Noruega. Crédito: Photo&Grafia

Em sua reta final de preparação para os Jogos Pan-Americanos de Toronto 2015, a seleção brasileira feminina de handebol fará neste final de semana duas partidas amistosas contra a Noruega, campeã olímpica em Londres 2012 e uma das potências da modalidade. Atual campeão mundial, o Brasil enfrentará as norueguesas nesta sexta-feira, a partir das 17h30, e no domingo, às 10h, os dois confrontos no ginásio  Poliesportivo Adib Moysés  Dib, em São Bernardo do Campo. Um baita programa para quem gosta de handebol.

O detalhe é que a partida de domingo terá transmissão ao vivo pelo programa “Esporte Espetacular”, da TV Globo, mas acontecerá em um formato diferente: ao invés de dois tempos de 30 minutos, como manda a regra, a partida ocorrerá em dois períodos de 20 minutos, para se adequar à programação.

Até por conta desta mudança no formato da regra, a partida de domingo está sendo chamada pela própria CBHb (Confederação Brasileira de Handebol) como “jogo-exibição”. Para os mais puristas, o fato é negativo e chegou a ser bastante criticado em algumas redes sociais, considerando um absurdo o encurtamento do jogo por causa da grade de programação da emissora. Ao UOL Esporte, a Globo explicou, via nota, que este tipo de modelo com jogos mais curtos existe em TVs europeias e que “será uma grande oportunidade de o público se familiarizar um pouco mais com essa modalidade olímpica”.

Embora compreenda a irritação de alguns torcedores, creio que é necessário tentar analisar a questão de uma forma mais ampla e com isso chegar à conclusão que o handebol brasileiro só terá a ganhar com este jogo-exibição. Primeiro, cabe uma lembrança e uma pergunta: quem, fora os mais fanáticos por esporte, sabe que o Brasil é o atual campeão mundial feminino de handebol?

Pois é, o torneio, conquistado em 2013, foi transmitido com exclusividade pelo canal Esporte Interativo (EI), que por sinal ganhou recentemente os direitos de transmissão da badalada Liga dos Campeões de futebol. No Mundial feminino de 2011, realizado em São Paulo, o Esporte Interativo também teve os direitos exclusivos. Embora seja tecnicamente um canal aberto, pois é exibido na frequência UHF, o fato é que o alcance do EI, mesmo sendo bastante popular no Nordeste e presente em algumas operadoras de TV por assinatura, não atinge o mesmo público que é possível alcançar na Globo.

Uma partida de 40 minutos de handebol, na principal emissora de TV do Brasil, tem uma importância enorme na tentativa de popularização da modalidade em um país que sofre com a monocultura esportiva. Um trabalho que deveria ter sido feito com mais eficiência, tanto pelo governo federal como pelos organizadores do comitê Rio 2016, assim que o país ganhou o direito a ser sede das Olimpíadas, lá em 2009.

Seria melhor que o jogo fosse exibido em tempo normal? Claro que sim, isso não se discute, e a Globo poderia ponderar isso para eventos futuros, não apenas no handebol. Mas que fã de handebol não se engane: ao invés de cornetar, comemore o fato de sua modalidade ter mais uma vez espaço na TV aberta. Isso será fundamenbtal para ajudar a dar ao handebol o espaço que ele merce no universo esportivo brasileiro.

 

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