Coluna Diário Esportivo, publicada na edição de 2 de abril do Diário de S. Paulo
Foi surpreendente, para dizer o mínimo, a decisão do nadador Cesar Cielo em assinar contrato até o final do ano para defender o Flamengo. Isso depois de ter recusado uma proposta milionária para nadar pelo Corinthians e ser uma das estrelas do Timão no ano do centenário. O motivo principal para esta escolha teria sido a credibilidade do projeto apresentado pela presidente do clube rubro-negro, Patrícia Amorim, que foi uma das principais nadadoras do Brasil.
Talvez nunca iremos descobrir o que levou Cielo a optar pelo time carioca. Comenta-se que ele abriu mão de ganhar R$ 130 mil no Timão para receber cerca de R$ 50 mil no Flamengo. E o mês na Gávea, todo mundo sabe, costuma ter mais do que os 30 dias da folhinha.
Já são famosos os casos de atrasos no pagamento de salário das equipes olímpicas flamenguistas, como o time masculino de basquete e dos integrantes da ginástica artística. Mesmo com todo este “currículo” pouco recomendável, Cielo ainda assim optou em defender o Flamengo.
O fato é que não é o dinheiro que motiva Cesar Cielo a encarar a aventura no Rubro-negro. O campeão mundial dos 50m e 100m livre encontrará em Patrícia Amorim alguém em condições de dialogar com ele no mesmo nível. Se no Timão Cielo teria que dividir o seu tempo entre as piscinas e as gravações de vários comerciais (fundamentais para completar o seu polpudo salário), no Flamengo sua única preocupação será treinar. Agora, se irá receber no fim do mês, é outra história.
A coluna Diário Esportivo, assinada por este blogueiro, é publicada às sextas-feiras no Diário de S. Paulo