Poucos ídolos do esporte brasileiro são tão carismáticos quanto Oscar Schmidt. Nem tão polêmicos.
Oscar foi o convidado do programa “Grande Círculo”, do SporTV, comandado pelo apresentador Milton Leite. A entrevista, que será exibida próximo sábado (25), às 22h30, trará grandes histórias de um dos maiores cestinhas de todos os tempos. Oscar foi entrevistado por Luís Roberto, Felipe Andreoli, Everaldo Marques (narrador da ESPN), o irmão Tadeu Schmidt (irmão dele e apresentador do Fantástico, da TV Globo), Magic Paula e Marcelo Courrege.
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Oscar falou de tudo na entrevista. Comentou sobre sua carreira brilhante, que o transformou em um dos maiores cestinhas do basquete mundial (o maior, de acordo com suas estatísticas pessoais); o atual momento do basquete brasileiro; e de sua batalha contra um tumor maligno no cérebro.
Mas uma das declarações, que não irá ao ar por uma questão de edição (segundo informou o blog do Fabio Balassiano, do UOL) só comprova o quanto o Mão Santa tomou gosto pela polêmica depois que abandonou as quadras.
Ao ser perguntado sobre quem teria sido melhor, ele ou o argentino Manu Ginóbili, Oscar não pensou duas vezes. “É claro que fui muito melhor”.
Vamos partir do ponto inicial de que Oscar tem direito de achar qualquer coisa em relação ao basquete. Inclusive sobre quem teria ou não sido melhor do que ele.
Diga-se de passagem, uma carreira que ficou marcada pelo seu incrível aproveitamento ofensivo – é o maior cestinha da história das Olimpíadas, por exemplo. Sem falar na conquista mais brilhante, que foi a medalha de ouro nos Jogos Pan-Americanos de Indianápolis-1987, derrotando os Estados Unidos de virado, poe 120 a 115.
Mas é preciso separar bem as coisas ao fazer uma comparação como esta. Para isso, reproduzo aqui um texto que coloquei no Facebook.
Oscar Schmidt é, de longe, um dos três maiores jogadores da história do basquete brasileiro, ao lado de Wlamir Marques e Amaury Pasos, que conseguiram feitos que ele não alcançou (dois títulos Mundiais e duas medalhas olímpicas).
Por ser de uma geração na qual a TV já existia para exibir seus feitos, ele é até exageradamente cultuado em detrimento a estes monstros sagrados dos anos 60, a era de ouro do nosso basquete. O que não diminuí em nada sua ENORME importância como ídolo do nosso basquete.
Cestinha imarcável
Considero Oscar o maior cestinha (especialmente em tiros de 3 pontos) que o esporte da bola laranja já conheceu (talvez só Stephen Curry, do incrível Golden State Warriors, se compare a ele). O embate entre ele e Drazen Petrovic, numa final europeia de basquete, é épico (procurem no Google e vocês irão concordar comigo).
Agora, com todo respeito, não há hipótese de considerar que ele jogou mais do que Manu Ginóbili. Simplesmente porque Ginóbili foi o mais completo jogador de basquete que nasceu aqui neste hemisfério. Sua carreira, em clubes e na NBA, foi monstruosa.
Comandou a Argentina no título olímpico de Atenas-2004, onde bateu os EUA. Foi a primeira derrota que os americanos sofreram no basquete em Olimpíadas, desde que os profissionais da NBA passaram a atuar. Além disso, foi quatro vezes campeão da NBA, com o San Antonio Spurs. Teve sua camisa #20 colocada do topo do AT&T Center, o ginásio do San Antonio.
Isto posto, reconhecer o talento do argentino não diminuí a carreira de Oscar em clubes brasileiros (Palmeiras, Sírio, onde foi campeão do mundo em 1979, Corinthians, Flamengo), na seleção brasileira e na Europa. Oscar é um dos maiores jogadores do basquete Fiba.
Mas ele não foi melhor do que Manu Ginóbili.
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