A terça-feira (12) trouxe uma triste notícia para o esporte brasileiro, em especial para o basquete feminino, com a morte da treinadora Laís Elena Aranha. Um dia após completar 76 anos, ela passou mal e morreu, em consequência de um longo tratamento contra um câncer.
Não é exagero dizer que com Laís, se vai uma parte fundamental da história do basquete feminino do Brasil.
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Fosse apenas pelos feitos em quadra, ela já mereceria um lugar especial em qualquer livro que se escreva sobre a trajetória da modalidade por aqui.
Como jogadora (atuava como armadora), Laís participou de alguns dos mais importantes momentos do basquete. Integrou a equipe que foi ouro no Pan-Americano de Winnipeg-1967, a primeira grande conquista do Brasil. Quatro anos depois, no Pan de Cali-1971, nova medalha de ouro.
No mesmo ano, estava entre as jogadoras que fizeram uma campanha histórica no Campeonato Mundial realizado em São Paulo. Pela primeira vez, uma seleção brasileira conseguia subir ao pódio na competição, terminando com a medalha de bronze, após uma emocionante vitória contra o Japão por 76 a 75.
Foram mais de seis décadas dedicadas ao basquete. Boa parte deste tempo, em Santo André, onde chegou em 1964 e por lá atuou até se aposentar das quadras. Ao tornar-se treinadora em 1976, Laís Elena incorporou o basquete feminino da cidade.
Só que Laís não era apenas treinadora. Sempre que foi preciso, saiu em busca de patrocinadores para não deixar o time da cidade fechar. Também era metódica e exigente com suas “meninas”, como gostava de falar, preocupando-se com os mínimos detalhes.
Em parceria com a auxiliar Arilza, transformou Santo André em uma referência do basquete feminino nacional. Foram dois títulos paulistas e dois nacionais, o último deles em 2011, já pela LBF (Liga do Basquete Feminino). Por suas mãos, apareceram algumas das melhores jogadoras que o Brasil já teve. Entre elas, Janeth, Leila e Helen, campeãs mundiais pela seleção brasileira em 1994 e prata na Olimpíada de Atlanta-1996.
O vazio que Laís Elena deixa para o basquete feminino é enorme.
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