Realizado na noite de terça-feira (18), no Rio de Janeiro, o Prêmio Brasil Olímpico teve como ponto alto, ao menos para mim, o discurso de Jaqueline Silva, a Jackie do vôlei de praia.
Medalha de ouro na Olimpíada de Atlanta-1996, ao lado de Sandra Pires, ela recebeu o troféu Adhemar Ferreira da Silva, que premia aqueles que atuaram em desenvolvimento do esporte brasileiro.
Em suas palavras de agradecimento, Jackie Silva lembrou justamente do episódio de sua briga com Carlos Arthur Nuzman nos anos 80, quando o dirigente comandava a CBV (Confederação Brasileira de Vôlei) e praticamente baniu a então levantadora do Brasil. O caso foi relembrado aqui no blog.
“O prêmio representa o conserto de todas essas injustiças. É um símbolo de nova era no esporte, sob nova direção. Para me diminuir, diziam que eu era polêmica, que só arranjava confusão. O que eu fiz não foi em causa própria, foi uma luta pelos direitos das mulheres, para que, daqui em diante, nunca mais nenhuma mulher seja punida por isso”
Jaqueline foi aplaudida de pé após seu discurso. E nem precisou citar o nome do ex-presidente do COB (Comitê Olímpico do Brasil), que se afastou do cargo em 2017. Nuzman chegou a ser preso, acusado de envolvimento com o esquema de compra de votos para a escolha do Rio de Janeiro como sede da Olimpíada Rio-2016.
Jackie Silva mostrou em seu discurso como as coisas funcionavam no esporte olímpico brasileiro. Não necessariamente pelos aspectos democráticos, é bom ressaltar.
Além do Troféu Adhemar Ferreira da Silva, Jackie também foi homenageada, ao lado da parceira Sandra, ao ter seu nome entre os primeiros do Hall da Fama do esporte olímpico brasileiro. Também fizeram parte da primeira turma de eleitos o maratonista Vanderlei Cordeiro de Lima e o velejador Torben Grael.
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