Poucos atletas brasileiros vão deixar 2018 com um saldo tão positivo quanto Hugo Calderano. Neste sábado (15), o carioca de 22 anos colecionou mais um feito inédito na carreira. A vitória sobre o número 1 do mundo, o chinês Fan Zhendong, no ITTF Grand Finals, em Incheon (Coreia do Sul) marcou sua entrada definitiva no clube dos gigantes do tênis de mesa mundial. Não é exagero já apontar Calderano como candidato a brigar por uma medalha na Olimpíada de Tóquio-2020.
Nem mesmo o fato de ter sido eliminado na semifinal da competição pelo prodígio japonês Tomokazu Harimoto, por 4 a 0, atenua a importância do feito do brasileiro.
É fato que não foi essa a primeira vez que Hugo Calderano venceu um líder do ranking da ITTF (Federação Internacional de tênis de mesa). Em março, durante o Aberto do Qatar, ele superou o alemão Timo Boll. Mas o ranking havia acabado de passar por uma reformulação em sua metodologia. Não espelhava a realidade da modalidade, dominada pelos asiáticos, em particular pelos chineses.
Daí a necessidade de contextualizar a vitória do brasileiro sobre Fan Zhendong. O chinês lidera o ranking com quase dois mil pontos de vantagem sobre o compatriota Xu Xin. Além disso, nas últimas 15 partidas, perdeu apenas duas – uma delas justamente para Calderano.
O brasileiro também nunca havia chegado nem perto de bater o chinês até hoje. Na história do confronto entre eles, foram quatro partidas (incluindo uma no Mundial Junior de 2012) e quatro triunfos de Zhendong.
Ranking consolidado
Hugo Calderano também termina a temporada em outro status. Seu desempenho no ITTF Finals, que reúne os 16 melhores jogadores da temporada, demonstra que o sexto lugar no ranking mundial, a melhor posição de um brasileiro na história, não foi por acaso.
A pontuação obtida no torneio, que só é inferior a de Olimpíadas e Mundiais, não será suficiente para fazer o brasileiro subir na lista que será atualizada em janeiro. Mas consolidará Hugo Calderano na atual colocação, o que já é muito bom.
O desafio do brasileiro será o de se manter no topo do tênis de mesa mundial e chegar com força para brigar por uma medalha na Olimpíada de Tóquio. Pelo que ele mostrou em 2018, esta possibilidade não é nada improvável.
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