Para quem duvida ou minimiza a questão do preconceito racial que ainda existe no Brasil, a sequência de tuítes abaixo, postados há cerca de uma hora na conta do twitter da judoca Rafaela Silva, medalha de ouro na Olimpíada Rio-2016 e também campeã mundial de judô, são bastante claros.
A abordagem da PM do Rio de Janeiro, estado que se encontra sob intervenção federal pela crise de segurança, mostra que o racismo não poupa ninguém por estas bandas.
Nem mesmo uma campeã olímpica.
Confira o relato de Rafaela Silva:
Chegando hoje no Rio de Janeiro, peguei um táxi pra chegar em casa! No meio da av Brasil um carro da polícia passar ao lado do táxi onde estou e os policiais não estava com uma cara muita simpática, até então ok
— Rafaela Silva (@Rafaelasilvaa) February 22, 2018
Continuei mexendo no meu celular e sentada no Táxi, daqui a pouco ligaram a sirene e o taxista achou que eles queriam passagem, mas não foi o caso, eles queriam que o taxista encostasse o carro
— Rafaela Silva (@Rafaelasilvaa) February 22, 2018
Quando o taxista encostou eles chamaram ele pra um canto, quando olhei na janela outro policial armado mandando eu sair de dentro do carro, levantei e sai, quando cheguei na calçada ele outro pra minha cara e falou… trabalha aonde?
— Rafaela Silva (@Rafaelasilvaa) February 22, 2018
Eu respondi… não trabalho, sou atleta! Na mesma hora ele olhou pra minha cara e falou… vc é aquela atleta da olimpíada né? Eu disse… sim, e ele perguntou… mora aonde? Eu falei, em Jacarepaguá e estou tentando chegar em casa
— Rafaela Silva (@Rafaelasilvaa) February 22, 2018
Na mesma hora o policial baixou a cabeça entrou na viatura e foi embora! Quando entrei no carro novamente o taxista falou que o polícia perguntou de onde ele estava vindo e onde ele tinha parado pra me pegar
— Rafaela Silva (@Rafaelasilvaa) February 22, 2018
E o taxista respondeu… essa é aquela de judo, peguei no aeroporto e o polícia falou… ah tá! Achei que tinha pego na favela.
— Rafaela Silva (@Rafaelasilvaa) February 22, 2018
Isso tudo no meio da av Brasil e todo mundo me olhando, achando que a polícia tinha pego um bandido, mas era apenas eu, tentando chegar em casa
— Rafaela Silva (@Rafaelasilvaa) February 22, 2018
No fim, desanimada, ela escreveu:
“Este preconceito vai até aonde?”, acrescentando um emoji com um rosto chorando.
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