Nunca a expressão “ano novo, vida nova” teve para alguém uma importância tão grande quanto para Thiago Braz. O campeão olímpico do salto com vara na Olimpíada Rio-2016 iniciou a temporada de 2018 em busca de uma redenção. Após um 2017 cheio de recordações amargas, ele voltou às competições após seis meses e chegou ao pódio. Nesta sexta-feira, ele faturou a medalha de prata em um meeting indoor (pista coberta) em Berlim, competição preparatória para o Mundial de atletismo indoor em Birmimgham, no mês de março.
A pergunta que não quer calar: será que dá para animar?
Há um ano, havia uma expectativa enorme a respeito do início de ciclo olímpico de Thiago Braz. Com o Mundial de Londres no radar, ele iniciou o ano também com uma série de provas em pista coberta, como manda o calendário. Há praticamente um ano, em 28 de janeiro, mandou um 5,86 m em um meeting em Rouen, na França. Deixou para trás ninguém menos do que o francês Renaud Lavillenie, seu rival na final olímpica.
Em outras duas provas em pista coberta, conseguiu repetir o 5,86 m em Berlim (10/2) e marcou 5,71 m em Clermont-Ferrand (França). Nada mal para começar o ano. Os problemas apareceram no início da temporada ao ar livre. O desempenho em uma prova em Xangai (China), com 5,60 m, no dia 13 de maio, acabou sendo o melhor de 2017. A partir de etão, uma série de provas ruins, algumas em que nem chegava a obter marca. Entre elas, a etapa de Rabat (Marrocos), válida pela Liga Diamante, em 16 de julho.
Logo depois, veio o anúncio da CBAt (Confederação Brasileira de Atletismo) de que Thiago Braz não iria competir no Mundial de Londres. “Preservar” o campeão olímpico era a justificativa apresentada, além de uma lesão nas costas e de problemas pessoais que o atrapalhavam nas competições.
Página virada
Eis que seis meses depois, em Berlim, Thiago volta a uma competição e logo de cara, leva uma medalha de prata. Marca de 5,70 m, tendo quase marcado 5,78 m. Foi superado apenas pelo polonês Lisek Piotr, com 5,83 m e deixando para trás Lavillenie, que como os mesmos 5,70 m, foi superado nos critérios de desempate.
Agora, um detalhe que pode sinalizar um 2018 mais positivo para o campeão olímpico. Segundo informa a nota publicada no site da CBAt, o brasileiro estreou na Alemanha uma nova técnica, que exige 18 passadas para o salto e segundo o treinador ucraniano Vitaly Petrov, será o caminho natural para Thiago Braz alcançar os bons resultados.
No ano passado, o superintendente da CBAt, Antonio Carlos Gomes, revelou que após reunião com Petrov, foi definida uma mudança na preparação do saltador, que estabeleceu como meta para o brasileiro bater o recorde mundial da prova (6,16 m) até a disputa dos Jogos Olímpicos de Tóquio-2020.
Meta ousada? Pode até ser. Mas se isso servir de motivação psicológica para reforçar a auto-confiança de Thiago Braz, o ano de 2018 promete ser bem melhor do que 2017.
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