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Por mais ‘Joannas’ no esporte brasileiro

Ao se recusar a renovar contrato com seu clube, pela presença de dirigente que foi preso por má gestão na CBDA, Joanna Maranhão mostra muita integridade

Joanna Maranhão não aceitou a indicação de Ricardo de Moura e anunciou seu desligamento da Unisanta (Crédito: Flávio Florido/Exemplus/COB)

O fato mais bacana do esporte olímpico brasileiro nesta semana foi, por incrível que pareça, a saída de uma atleta de seu clube. O motivo, contudo, totalmente justo. Em sua conta no Instagram, a nadadora Joanna Maranhão anunciou na última quarta-feira que não renovaria seu contrato com a Unisanta, de Santos. O motivo foi, de acordo com Joanna, a informação de que Ricardo de Moura seria contratado para atuar como coordenador da equipe.

Para quem não se recorda, Ricardo de Moura foi um dos quatro dirigentes da CBDA (Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos) presos no ano passado, após investigação do Ministério Público. Entre os outros detidos pela acusação de desvio de recursos públicos, estava o ex-presidente da entidade, Coaracy Nunes.

Confira o post de Joanna Maranhão, informando sua saída da Unisanta:

 

https://www.instagram.com/p/Bdx5_0WhzVa/?hl=pt&taken-by=jujuca1987

O posicionamento de Joanna, para quem a conhece, não chega a ser uma surpresa. Mas nem por isso deixa de ser menos importante. A nadadora nunca deixou de questionar e criticar a estrutura da natação brasileira, especialmente durante o reinado de Coaracy e sua turma. Sofreu consequências por isso. Várias vezes foi preterida em indicações para o Bolsa Atleta e programas de treinamento. O diretor técnico da natação na CBDA era justamente Moura. Não haveria o menor cabimento para ela permanecer. No final, o clube recuou da iniciativa, negando que estivesse negociando sua contratação.

Pena que a postura adotada por Joanna Maranhão não se repita também em outros nomes badalados da natação brasileira. Muitos deles medalhistas olímpicos e mundiais, que poderiam ter ajudado a mudar a situação da modalidade se não tivessem se calado.

O esporte olímpico do Brasil precisa de mais atletas como Joanna Maranhão.

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