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Ídolos

‘Os campeões do passado construíram a história do judô brasileiro’, diz Tiago Camilo

Perto de se aposentar, o medalhista olímpico Tiago Camilo fala ao blog sobre sua experiência como um dos “samurais” em reality show de judô

O judoca e medalhista Tiago Camilo é um “samurais” do reality show “Ippon”, que irá ao ar em setembro (Crédito: Divulgação)

Duas vezes medalhista olímpico (prata em Sydney-2000 e bronze em Pequim-2008), campeão mundial (2007) e tricampeão pan-americano (Rio-2007, Guadalajara-2011 e Toronto-2015). O currículo vitorioso não deixa dúvida sobre a importância de Tiago Camilo na história do judô brasileiro. Não deixa de ser uma homenagem a ele, que encerrará sua carreira em dezembro, o convite feito pela TV Globo para participar do reality show “Ippon – A Luta pela Vida”, que será transmitido no Esporte Espetacular durante o mês de setembro.

No programa, que será apresentado pelo ex-judoca Flavio Canto e pretende revelar talentos com potencial para brilhar em futuras edições das Olimpíadas, Tiago integra o chamado time de “samurais”, que terá como missão resgatar os valores e filosofia do judô e transmiti-los aos oito jovens judocas participantes.  Além de Tiago, outros grandes heróis do judô nacional estão participando: Chiaki Ishii (bronze em Munique-1972), Aurélio Miguel (ouro em Seul-1988 e bronze em Atlanta-1996) e Rogério Sampaio (ouro em Barcelona-1992). O projeto tem apoio da CBJ (Confederação Brasileira de Judô) e do Bradesco, patrocinador da entidade.

E justamente a presença destes grandes ídolos brasileiros animou a participação de Tiago Camilo no reality show, segundo ele disse ao blog em entrevista exclusiva. “Foi uma oportunidade para ajudar as pessoas a conhecerem os valores do judô e enaltecer os campeões do passado, que construíram a história do judô brasileiro”, afirmou.

Blog Laguna Olímpico – O que representou para você a experiência de participar deste programa e conviver com estas revelações do judô brasileiro?

Tiago Camilo – Foi um convite muito especial feito pelo Flavio [Canto], um projeto totalmente inovador na tevê brasileira. Uma chance de mostrar para todas as pessoas os valores do judô, conhecerem sua filosofia, os valores do sensei. Para mim, foi uma grande honra ter ajudado a resgatar os campeões do passado

E como foi a experiência de conviver com os jovens judocas?

Foi uma convivência muito rica, embora curta [as gravações com a participação de Tiago Camilo foram feitas em dois dias]. Pudemos tirar muitas dúvidas deles, contra um pouco de nossa experiência e mostrar como será a trajetória deles, sobre o que irão enfrentar no futuro. Achei interessante este novo papel, justamente depois de ter passado 20 anos na Seleção Brasileira. Como agora estou do outro lado, espero ter contribuído.

Como você se sentiu ao lado de outros grandes nomes do judô brasileiro?

Incrível ter tido a oportunidade de participar de um projeto como este ao lado de ídolos meus. Quando comecei no judô, o Aurélio, Chiaki, o Rogério, eles sempre me inspiraram. E acredito ser muito importante para a juventude ter contato com estes atletas. A moçada está muito conectada com o presente e pouco conectada com o passado. Não sabem quem são Henrique Guimarães [bronze nos Jogos de Atlanta-1996], por exemplo, tem uma memória muito ligada aos fatos atuais. Não foram só os heróis do presente que levaram o judô a chegar no estágio atual.

Até que ponto este tipo de convivência com atletas mais velhos pode ajudar na carreira dos novatos?

Tudo o que pode ajudar na carreira de um atleta é importante. Estes nomes que são uma referência no esporte contam sua experiência, estimulam… acho positivo que se tragam antigos campeões para ajudar na preparação. Agora, o mais importante é o que o atleta tem dentro dele.

Você deverá encerrar sua carreira no judô no final deste ano. Esta experiência no programa já foi um ensaio para sua vida fora dos tatames?

Já venho procurando direcionar minhas atividades para a vida da condição de atleta. Recentemente inaugurei minha academia em São Paulo, voltada para atender um público que vai das crianças ao alto rendimento. Mas sigo também com o projeto social que atende mais de 500 crianças em vários CEUs. Isso ma traz muito prazer, por ser um projeto de formação  e educação. Fui também eleito o presidente da comissão de atletas do COB (Comitê Olímpico do Brasil). Gostaria de seguir contribuindo na área técnica de alto rendimento também. Vamos ver o que vai acontecer

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