O novo ciclo olímpico para a Olimpíada de Tóquio-2020 reservará um clássico de campeãs no judô feminino brasileiro. Neste ano, Sarah Menezes estreia na categoria 52 kg, subindo de peso cinco anos depois do ouro em Londres-2012 nos 48 kg. O problema é que ela terá uma rival considerável para superar de olho na vaga olímpica: Érika Miranda, principal judoca do país nesta categoria desde 2012.
A mudança não foi à toa para Sarah Menezes. Ela sofreu para se manter no peso no último ciclo olímpico e vinha sofrendo uma forte concorrência de Natália Brígida nos 48 kg, que por pouco não tirou sua vaga para a Rio-2016. Para a piauiense de 26 anos, será um verdadeiro recomeço na carreira.
“Eu estou, praticamente, reiniciando no judô. Então, tudo está sendo importante. São novas adversárias, mais altas e com força diferente. Vou começar do zero, sem nenhuma pontuação no ranking. É um ano de adaptação”, explicou Sarah Menezes”
Exatamente essa adaptação que poderá pesar a favor de Érika Miranda. Vice-campeã mundial em 2013, ouro no Pan de Toronto-2015 e quinta colocada na Rio-2016, a brasiliense tem a experiência a seu favor. Aos 29 anos, Érika tentará usar o período de transição de Sarah Menezes para conquistar importantes pontos no ranking mundial.
Mas ter duas judocas deste nível na mesma categoria será bom para o Brasil? Essa é uma boa pergunta, ainda sem condições de ter uma resposta adequada.
É fato que Sarah não se sentia mais competitiva nos 48 kg e precisava desta mudança até como fator de motivação na carreira. Para Érika, será ótimo ter uma rival que evite sua acomodação. Na primeira competição que as duas disputaram juntas, o Aberto de Sofia, os resultados não foram bons: ambas foram eliminadas nas oitavas de final, sendo que Sarah ainda chegou a ganhar uma luta na fase anterior no golden score (a prorrogação no judô, onde quem marca o primeiro ponto, vence).
Estou curioso para ver como será quando as duas estiverem frente a frente, como poderá ocorrer neste final de semana, no Grand Slam de Paris. O maior problema das brasileiras, contudo, é que elas estão na mesma categoria da ótima Majlinda Kelmendi, a judoca que ganhou na Rio-2016 a primeira medalha de ouro da história do Kosovo.
Brasileiros no Grand Slam
O Grand Slam de Paris, que ocorrerá neste sábado (11) e domingo (12), será o primeiro grande torneio do judô neste ciclo olímpico. O Brasil, pela primeira vez, terá duas campeãs olímpicas na mesma competição. Além de Sarah Menezes, a carioca Rafaela Silva (57 kg) fará sua estreia no ano. Outro medalhista olímpico confirmado em Paris será Rafael Silva, o Baby, na categoria + 100 kg.
Confira abaixo todos os convocados para o Grand Slam de Paris:
Feminino
Larissa Farias 48kg
Érika Miranda 52kg
Sarah Menezes 52kg
Rafaela Silva 57kg
Yanka Pascoalino 63kg
Maria Portela 70kg
Maria Suelen Altheman +78kg
Masculino
Eric Takabatake 60kg
Daniel Cargnin 66kg
Eduardo Yudy Santos 81kg
Victor Penalber 81kg
Luciano Correa 100kg
Rafael Buzacarini 100kg
David Moura +100kg
Rafael Silva +100kg
VEJA TAMBÉM SOBRE O JUDÔ:
+ O ano perfeito de Majlinda Kelmendi
+ Voto popular no Laureus escolherá o Momento Esportivo de 2016
+ As medalhas do Brasil no Mundial de judô
+ Menos dinheiro faz COB premiar competência com verbas das loterias
+ Por um mundo olímpico mais feminino
+ O calendário 2017 do esporte olímpico