Domingão chuvoso, preguiça de sair de casa e ainda por cima com Grande Prêmio do Brasil de Fórmula 1 na TV, com direito à despedida de Felipe Massa, o último brasileiro a fazer alguma coisa que preste (e o fez com competência, é bom lembrar) dentro da pista. Ainda assim, a minha preocupação no início da tarde deste domingo foi acompanhar, via internet, a decisão de uma etapa do circuito mundial de tênis de mesa. Só que foi uma etapa que contou, pela primeira vez, com a presença de um mesa-tenista brasileiro na decisão, Hugo Calderano.
Com apenas 20 anos, o carioca Hugo Calderano é o que podemos chamar de fenômeno esportivo. Ocupa o 31º lugar no ranking mundial da ITTF (Federação Internacional de tênis de mesa), que já é a melhor posição de um jogador da América Latina. Superou a marca de outro brasileiro Gustavo Tsuboi, 33º em 2014.
Na Olimpíada Rio-2016, teve uma participação notável, terminando em 9º lugar. Igualou-se à outro nome simbólico do tênis de mesa do Brasil, Hugo Hoyama, que obteve a mesma posição em Atlanta-1996. Convenhamos, não é pouca coisa.
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Neste domingo, Hugo Calderano fez bonito em um dos torneios da série major do do circuito da ITTF, em Linz, na Áustria. Para chegar à final, ele superou dois chineses – a China é a maior força mundial na modalidade -, um dinamarquês, um alemão e um japonês. Todos com ranking inferiores ao dele.
Na decisão, o brasileiro encarou outro japonês, Kenta Matsudaira, também com classificação pior do que a dele (41º). Não seria exagero dizer que tinha até um leve favoritismo. Mas o japonês foi mais frio, especialmente no sexto game, quando Calderano teve três game points em 10-7 para empatar o jogo e levar ao último set. Matsudaira não só empatou como venceu por 12-10, fechando o jogo em 4 a 2.
Mais do que a decepção pelo vice-campeonato (se tivesse mais calma, poderia ter vencido), Hugo Calderano deixou claro que pode ter um futuro brilhante no tênis de mesa mundial.
Prestígio reconhecido
Outro fato de destaque para o esporte olímpico brasileiro neste domingo, desta vez nos bastidores, foi a escolha do velejador Torben Grael como um dos vice-presidentes na eleição da Federação Internacional de Vela (World Sailing).
Um dos maiores atletas olímpicos do Brasil, com cinco medalhas (duas de ouro) e integrante do Hall da Fama da modalidade, Torben alcançou um feito emblemático para a vela do Brasil. Ele integrará a diretoria presidida pelo dinamarquês Kim Andersen, escolhido para comandar a entidade até 2020.
Na Rio-2016, Torben foi o coordenador-técnico da equipe brasileira olímpica e pôde festejar a conquista de sua filha Martine, que ao lado de Kahen Kunze levou o ouro na classe 49er FX. ““É uma honra para mim ser escolhido para uma função tão importante no meu esporte. Espero poder contribuir da melhor forma para o desenvolvimento da vela”, disse Torben.