Nunca é bom ver um ídolo cair. Ainda mais alguém que virou referência mundial em sua modalidade. Ao não conseguir sua classificação para os Jogos Olímpicos Rio 2016 na prova dos 50 m, ao ficar em terceiro lugar nesta quarta-feira durante a final do Troféu Maria Lenk, Cielo viu encerrada sua chance de carimbar sua vaga para competir naquela mesma piscina, no Centro Aquático Olímpico, em agosto próximo. Seria sua terceira participação na história dos Jogos.
Imediatamente, um clima natural de comoção espalhou-se pelas redes sociais e até mesmo no Parque Aquático, durante a entrevista feita com Cielo pelo “Sportv”, que transmitia a prova, quando ele não conseguiu segurar as lágrimas no final.
Nada mais natural. O maior nadador da história do Brasil, campeão olímpico em Pequim 2008 nos 50 m livre e bronze nos 100 m livre, além de outro bronze em Londres 2012 nos 50 m, se via diante do fracasso que era impensável alguns anos atrás: ficar de fora na Olimpíada realizada em seu próprio país.
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Mas que ninguém diga que foi uma surpresa, pois estará incorrendo, no mínimo, em um grave erro de informação.
Neste ciclo olímpico, foram raros os momentos em que Cesar Cielo apresentou resultados e desempenhos dignos de seus melhores tempos. O melhor ano sem dúvida foi em 2013, quando no Mundial de Barcelona faturou o ouro nos 50 m livre (assegurando o tricampeonato) e nos 50 m borboleta (bi).
As diversas trocas de treinadores neste período, de forma até obsessivas, uma lesão no ombro no Mundial de 2015 e a incapacidade de alcançar a marca exigida pela CBDA (22s27): tudo isso tornava a presença de Cielo nos Jogos do Rio uma incógnita.
E como a fila anda, essa má fase serviu como combustível para que outros nadadores conseguissem ultrapassá-lo, como Bruno Fratus e o jovem Ítalo Manzine, os dois selecionados para representar o Brasil nos 50 m livre.
A eliminação de Cesar Cielo está longe de ser surpreendente, mas isso não apaga a importância que ele tem para a história da natação brasileira e também mundial.