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Confissão de Sharapova só comprova descaso da Rússia no combate ao doping

Maria Sharapova admite ter falhado em exame antidoping no Aberto da Austrália (Crédito: Reprodução)

Maria Sharapova admite ter falhado em exame antidoping no Aberto da Austrália (Crédito: Reprodução)

O mundo do esporte ainda absorve a verdadeira bomba que foi detonada nesta segunda-feira, com o anúncio feito pelo tenista russa Maria Sharapova de que havia sido flagrada em um exame antidoping durante o Aberto da Austrália, realizado em janeiro. Sharapova assumiu ter testado positivo para Meldonium, um medicamento de origem letã e que ela consome há pelo menos dez anos, por indicação médica, pois adoecia com frequência e tinha na família um histórico de diabetes.

O problema é que o Meldonium entrou este ano na lista de substâncias proibidas pela Wada (Agência Mundial Antidoping), mas a própria tenista, em uma sinceridade pouca vista – inclusive em algumas estrelas do esporte brasileiro flagradas nos últimos anos –, admitiu ser a única culpada pelos medicamentos que ingere.

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Verdadeira ou não, a postura corajosa de Sharapova em assumir seu erro merece elogios. Ela está suspensa preventivamente pela ITF (Federação Internacional de Tênis) e é quase certo que se houver uma punição rigorosa, a russa não disputará os Jogos Olímpicos do Rio-2016.

O Meldonium é um medicamento utilizado para combater doenças cardiovasculares, como angina, enfarte do miocárdio e insuficiência cardíaca crônica, além de doenças bronco-pulmonares. Para a Wada, o Meldonium ajuda a melhorar o desempenho de atletas, pois aumenta o desempenho do metabolismo, auxilia na recuperação física e produz uma melhoria no sistema nervoso central.

O caso de Sharapova, midiático ao extremo, já seria por si só um escândalo. Afinal, como uma atleta de ponta, que já foi a número um do mundo em sua modalidade, poderia cometer um erro tão primário como esse. Mas o pior ainda estaria por vir. Outros novos três casos foram revelados entre segunda (7) e terça-feira (8), envolvendo atletas de renome em esportes de inverno: Semen Elistranov, campeão olímpico de revezamento de 5.000 m de patinação em pista curta; Pavel Kulizhnikov, campeão mundial de patinação de velocidade; e Ekatetina Bobrova, campeã olímpica de patinação artística.

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Em todos, um personagem comum: a utilização do Meldonium por estes atletas.

Não duvido que nas próximas horas outros casos como este acabem aparecendo. Isso só demonstra o quanto é falido o sistema de controle de doping do esporte da Rússia. São casos detectados este ano e desde 1º de janeiro o Meldinium está na lista de medicamentos proibidos da Wada. O mínimo que se pode dizer desta situação é que existe uma incompetência endêmica em todo o sistema de controle de doping na Rússia.

Em um momento no qual o esporte russo tenta mostrar para a Wada que está adotando medidas mais rígidas no combate ao doping e tenta reverter a suspensão do atletismo do país para a Rio-2016, estes novos casos acabam derrubando todas estas boas intenções.

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