O resultado histórico obtido nesta segunda-feira pela seleção brasileira masculina de ginástica artística, graças à classificação por equipes aos Jogos Olímpicos do Rio 2016 pela primeira vez na história, durante o Mundial de Glasgow (Escócia), fará inevitavelmente com que o esporte mude de status no país.
Após mais de uma década colhendo bons resultados na seleção feminina, graças também à presença de atletas de alto nível como Daiane dos Santos (primeira campeã mundial de ginástica artística do Brasil), Daniele Hypólito, Laís Souza e até mesmo Jade Barbosa, apesar das muitas lesões, chegou a vez de virar a chave.
Coincidentemente, isso acontece justamente quando há uma estrela de primeira grandeza no masculino, o incrível Arthur Zanetti, campeão olímpico em 2013 e Mundial em 2013, destaque maior de uma equipe bastante homogênea, onde ainda há um veterano de alta qualidade, como Diego Hypólito, e um outro considerado o mais completo do Brasil, Sérgio Sassaki, que só não foi ao Mundial por causa de uma lesão.
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O sétimo lugar na classificatória por equipes, colocação que além de deixar o time na final do Mundial carimbou automaticamente o passaporte para as Olimpíadas do ano que vem, já é o maior prêmio que o Brasil poderia almejar em Glasgow. Até porque Zanetti não repetiu as atuações brilhantes de outras competições e acabou ficando fora da final individual nas argolas. A decepção pelo mau resultado acabou sendo compensada pela ajuda fundamental que o campeão olímpico deu aos companheiros na luta pela vaga no Rio 2016. Só para relembrar que Diego Hypólito acabou ficando como reserva no Mundial da Escócia, por opção da comissão técnica brasileira.
A equipe que assegurou a vaga para o Brasil nas Olimpíadas foi formada por Arthur Nory Mariano, Arthur Zanetti, Caio Souza, Francisco Barretto Júnior, Lucas Bitencourt e Péricles Silva.
Enquanto a equipe masculina tem muito a festejar após esta primeira parte do Mundial, as garotas da seleção feminina precisarão trabalhar com a incrível frustração de ver a vaga escapar por menos de 0.500 pontos para a Holanda. O nono lugar teve um sabor amargo, embora a equipe estivesse desfalcada de Rebeca Andrade, considerada uma das mais promissoras ginastas da nova geração, que sofreu uma séria lesão do joelho direito no último mês de junho e precisou passar por cirurgia.
Agora, terá como chance derradeira o evento-teste marcado para o Rio de Janeiro, em abril do ano que vem, quando tentará novamente assegurar a presença na prova por equipes, o que já vem acontecendo desde os Jogos de 2004, em Atenas.