Raros são os atletas que costumam se posicionar diante de temas que fogem às suas atividades habituais. Se os temas no caso dizem respeito a questões ligadas à política então, fogem como o diabo da cruz. Mas existem as exceções, felizmente. É o caso, por exemplo, da nadadora Joanna Maranhão. Famosa por ter criticado abertamente a gestão do presidente da CBDA, Coaracy Nunes, às vésperas das Olimpíadas de Londres 2012, em razão de ter sido excluída do grupo que recebia ajuda financeira da entidade para seus treinamentos, Joanna já mostrou que não tem medo de dizer o que pensa.
Nesta quinta-feira, às vésperas de embarcar para Toronto, onde disputará os Jogos Pan-Americanos, ela postou em sua página no Facebook um vídeo de quase quatro minutos de duração, onde mostrou todo o seu desapontamento pela aprovação, graças a uma “pedalada parlamentar” do presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), da redução da maioridade penal, na madrugada desta quinta-feira. E não pegou leve em suas críticas, não.
“Não vou estar representando [em Toronto] estas pessoas que batem palmas para Feliciano, Malafaia, Eduardo Cunha, Bolsonaro, não são vocês que eu estou representando. A torcida de vocês eu não faço questão nenhuma de ter. (…) E vou fazer um outro vídeo, daqui a dez, 15 anos, para perguntar para vocês se essa medida de hoje, da redução da maioridade penal, resolveu alguma coisa. Eu tenho certeza que não. Bom dia, se é que é possível”.
Pena que poucos ídolos do esporte brasileiro demonstrem a mesma coragem que tem Joanna Maranhão em colocar o dedo na ferida…