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Ídolos

Um namoro tentador e perigoso

Coluna Diário Esportivo, publicada na edição de 22 de janeiro do Diário de S. Paulo

Esporte olímpico no Brasil, com raríssimas exceções, é sinônimo de amadorismo. Comparado ao universo do futebol, acostumado às cifras milionárias, chega a ser covardia a diferença. Por isso, não surpreende que o nadador Cesar Cielo tenha ficado tentado com a proposta para trocar o Pinheiros, clube que defende desde 2003, pelo Corinthians. No embalo do centenário, o Timão enxergou no campeão mundial e olímpico dos 50m um ótimo instrumento de divulgação do clube e ofereceu um salário de R$ 60 mil, simplesmente o dobro do que ele recebe no Pinheiros. E Cielo ainda estaria recebendo convites de clubes grandes do Rio.

O namoro dos times de futebol com estrelas de outros esportes não é uma novidade, é bom que se diga. Assim como o resultado deste relacionamento não costuma ter um final feliz. Há pouco mais de dez anos, o Vasco da Gama montou uma verdadeira constelação de estrelas, nas mais variadas modalidades.

Envergavam a camisa cruzmaltina à época astros como Gustavo Borges (natação), Robert Scheidt (iatismo), Fernanda Venturini (vôlei), Janeth (basquete), Adriana Behar e Shelda (vôlei de praia). O sonho megalomaníaco do então presidente Eurico Miranda era que o Vasco conquistasse mais medalhas do que muitos países. Só que tão logo as Olimpíadas de Sydney-00 terminaram, o clube teve problemas com seu patrocinador (Bank of America) e os investimentos nos esportes olímpicos foram retirados, deixando os atletas com uma mão na frente e outra atrás. É bom Cielo ficar de olho aberto.

Foto: Adriana Behar e Shelda são homenageadas por Eurico Miranda, nos tempos áureos em que o Vasco patrocinava várias estrelças do esporte olímpico brasileiro. Mal sabiam eles que mais tarde ficariam na saudade.
Crédito: divulgação


A coluna Diário Esportivo, assinada por este blogueiro, é publicada às sextas-feiras no Diário de S. Paulo

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