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Seleção Brasileira

Glória do Pan de 1987 tem que ser exaltada por muitos anos

Os 30 anos da medalha de ouro no Pan de 1987, em Indianápolis, merecem todas as homenagens. É um marco na história do basquete masculino brasileiro

Seleção Brasileira comemora a conquista da medalha de ouro no Pan de Indinápolis em 1987 (Crédito: CBB)

Em 23 de agosto de 1987, tomei um susto com o resultado da final do basquete masculino no Pan de Indianápolis. Então repórter da revista Placar, estava escalado para cobrir a semifinal do Campeonato Paulista de futebol, vitória do São Paulo sobre o Palmeiras, por 3 a 1. Após o jogo, na saída do Morumbi, mal tinha acabado de entrar no Fusca bege que levaria a equipe no estádio de volta à redação e o velho Rosca, motorista da Abril escalado para trabalhar conosco naquele dia, falava, todo empolgado.

“E aí, vocês viram que o Brasil ganhou dos Estados Unidos no basquete? E de virada”, disparou ele, ignorando a leve gagueira que tinha de tão feliz (é verdade que ele, corintiano, estava feliz pela eliminação do Palmeiras, mas isso é outra história…)

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Se alguém como o Rosca, que nem acompanhava basquete direito, estava empolgado com o resultado, era sinal de que algo extraordinário havia ocorrido mesmo lá em Indianápolis.

Naqueles tempos em que não havia smartphone ou internet, as informações demoravam um pouco mais para se espalhar. O bravo Rosca só ficou sabendo do resultado porque alguma rádio informou, em seu plantão esportivo. Assim que a notícia se espalhava entre os jornalistas presentes ao Morumbi, a incredulidade pelo resultado era igual. Ninguém esperava que os americanos perdessem aquela final.

Só mais tarde, vendo na redação os relatos que chegavam pelas agências de notícia e depois pelas reportagens na televisão, é que pude ter a dimensão do tamanho da glória alcançada pela Seleção Brasileira. A equipe dos fantásticos Oscar Schmidt, Marcel, Israel, Cadum, Guerrinha, entre outros, comandados pelo genial técnico Ary Vidal, havia alcançado um feito até então inédito: derrotar uma equipe americana de basquete dentro de casa. Uma seleção americana que teria vários de seus integrantes brilhando na NBA nos anos seguintes. Entre eles ninguém menos do que o pivô David Robinson, que brilhou no Dream Team campeão olímpico em Barcelona-1992.

O ouro do Pan de 87 vem sendo lembrado nesta quarta-feira (23) em portais, sites especializados, blogues e em reportagens nos canais esportivos com muita justiça. Tomara que seja assim por muitos e muitos anos. Mas que o basquete brasileiro não fique por muito tempo tendo que comemorar efemérides e sim novos títulos.

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