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Tóquio 2020

Vírus EHV-1 assombra Europa e hipismo fica em cheque para os Jogos Olímpicos

Surto do vírus de herpes equino (EHV-1) mata 18 cavalos, suspende competições na Europa e coloca em cheque a presença do hipismo nos Jogos Olímpicos

ehv-1 virus herpes equina

A Confederação Brasileira de Hipismo (CBH) está em alerta para mais uma pandemia mundial. Desta vez, o perigo ronda os cavalos. Após surto de uma nova variante do “vírus de herpes equino” (EHV-1) na Europa, a Federação Equestre Internacional abortou todas as competições no continente até o dia 11 de abril. Depois da morte de 18 cavalos no Velho Mundo, a orientação é que os animais fiquem em quarentena.

O vírus de herpes equino é transmitido pelo ar e já foi encontrado em várias partes do mundo, porém a nova cepa que surgiu na cidade de Valência, na Espanha, é o que vem preocupando a comunidade hípica internacional. Os cavalos podem apresentar dificuldades respiratórias, febre e, em alguns casos, sintomas neurológicos que podem levar o animal ao óbito. Éguas em gestação podem sofrer aborto.

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“É muito cedo para afirmar qualquer coisa. Mas temos que estar atentos a tudo que está acontecendo. Estamos monitorando muito de perto a situação, nossa equipe técnica está bastante atenta à situação do vírus na Europa. A nossa expectativa é que o hipismo participe normalmente dos Jogos de Tóquio, e vamos trabalhar bastante para que isso aconteça”, disse Francisco Mari, presidente da CBH.

O Brasil tem cavalos e atletas que moram na Europa. A CBH monitora os candidatos ao time olímpico nacional e está em contato com os veterinários de cada animal. Com o objetivo de que a doença não chegue ao Brasil através da importação de algum cavalo contaminado, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento determinou que, além da quarentena realizada no país de procedência, cavalos importados do continente europeu devem permanecer em isolamento no estabelecimento de destino por 21 dias.

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Em alerta sobre o tema, o Dr. Alexis Ribeiro, diretor veterinário da CBH, ressalta necessidade de atenção sobre a EHV-1. “Apesar de conhecermos a doença e o vírus há tempos, é como se estivéssemos em janeiro de 2020 – ninguém tinha muita informação sobre a COVID-19. Nesse momento, sabe-se muito pouco sobre a nova cepa do EHV-1, forma neurológica que infectou diversos animais no evento da FEI em Valencia. É uma nova forma agressiva do vírus e ainda não existem estudos sobre essa variante, nem imunização específica comprovada cientificamente. Mas é muito cedo para afirmar qualquer coisa. O importante é ficar atento às fontes seguras de notícias, como por exemplo a FEI e redobrar a atenção com qualquer sintoma nos cavalos, e respeitar todas as exigências para transportes dos cavalos para evitar a disseminação da doença”, comentou.

Acompanhando o caso, o diretor técnico da CBH, Rodrigo Sarmento, quer cumprir todas as orientações da Federação Equestre Internacional para diminuir as chances de contaminação dos cavalos brasileiros. “Até o momento, a FEI apenas orientou que os conjuntos sigam de maneira intensiva os protocolos sanitários da Europa, que já são bastante restritivos. O protocolo olímpico é ainda mais rígido e detalhado, exigindo histórico dos locais onde os animais estiveram nos últimos 60 dias, quarentena para identificar possível contaminação, bateria de exames laboratoriais para diferentes doenças e protocolos vacinais rígidos são apenas alguns exemplos das diversas exigências impostas pelo Comitê Olímpico. É preciso ficar atento ao que está acontecendo na Europa que é onde a nova cepa está concentrada. E o objetivo é que não se espalhe para evitar problemas ainda maiores, afirmou.

Até agora, 18 cavalos não resistiram ao novo vírus: 11 na Espanha, cinco na Alemanha e dois na Bélgica. França, Itália, Eslováquia, Suécia e Suíça também já registraram casos da doença. O Qatar foi o único país fora do continente Europeu a ter caso confirmado.

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