Foram três dias de competições de adestramento paralímpico no Concurso Internacional CPEDI3* Shaqab, em Doha, no Catar, e o brasileiro Rodolpho Riskalla venceu todas as três provas que disputou. A primeira, na quinta-feira com expressivos 76,468% de aproveitamento. Na sexta, ele melhorou o desempenho, ganhando com 77,114%. Para completar, neste sábado, o cavaleiro foi campeão da prova de estilo livre com 81,075% de aproveitamento.
Rodolpho Riskalla e Don Henrico, experiente hannoverano de 18 anos, não tiveram adversários em Doha neste sábado. A vantagem deles sobre os concorrentes foi grande. Para ficar com o segundo lugar, Lotte Krijnsen, da Holanda, teve 75,500% de aproveitamento com Rosenstolz. O também holandês Neel Schakel, com Edison, terminou em terceiro com 74,083%.
“Fui super bem hoje também, melhor reprise que já fiz com Don Henrico. Nos três dias foram os melhores percentuais que já tive com o Don Henrico, que realmente está em sua melhor forma. É bom demais poder voltar a fazer prova, nessa época conturbada de Covid-19. A gente está feliz demais com o resultado”, destacou o Rodolpho Riskalla.
“Agora daqui a duas semanas eu vou para um Internacional em Macon Chaintre na França com meu outro cavalo Don Frederic, propriedade da nossa amiga brasileira Tania Loeb Wald. E agora o meu foco total é a preparação para Tóquio”, garante o Rodolpho, uma das principais apostas de medalha do hipismo brasileiro nos Jogos Paralímpicos em Tóquio.
A treinadora de adestramento Rosangele Riskalla, mãe do cavaleiro, destacou “o juiz presidente do juri em Doha, o alemão Marco Orsini, que vai julgar os Jogos Paralímpicos de Tóquio, adorou a perfomance do conjunto, com uma nota 10 e vários 9. Passar dos 80% de aproveitamento é um sonho realizado.”
Trajetória
Rodolpho Riskalla, hoje com 37 anos, pratica adestramento desde a infância e aderiu ao adestramento paraequestre no início de 2016 seis meses após a perda da parte inferior das duas pernas, a mão direita e dedo da mão esquerda em decorrência de uma meningite. Menos de um ano depois defendeu o país nos Jogos Paralímpicos Rio 2016 e, em 2018, foi o melhor brasileiro nos Jogos Equestres Mundiais 2018 nos EUA conquistando duas medalhas de prata no adestramento paraquestre.
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O cavaleiro reside na França há cerca de 10 anos e recém mudou para Alemanha, onde conta com três cavalos a sua disposição. Além do adestramento paraquestre, Rodolpho também compete com sucesso em provas de adestramento. Don Henrico, sua montaria na competição esse final de semana em Doha, é de propriedade da ex-amazona olímpica alemã Ann Katrin Lisenhof.
No Adestramento Paraquestre as disputas são divididas em cinco graus – I,II,III,IV e V – grau de dificuldade crescente de acordo com a avaliação / classificação funcional da deficiência do atleta. Além de Rodolpho, o cavaleiro Sergio Oliva, residente no Brasil, também está qualificado para Jogos Paralímpicos, entre 24/8 e 5/9, em Tóquio.