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Duda e Dara cobram liga forte e maior participação na CBHb

Foto: Divulgação

Após petição exigindo a renúncia do presidente da CBHb, atletas e ex-atletas explicam o porque do movimento em prol do Handebol brasileiro 

O mundo do handebol brasileiro teve uma bomba nesta segunda-feira, 23. Um grupo formado por Bruno Carlos de Oliveira, Gil Vicente de Paes Pires, Duda Amorim, Patrícia Scheppa, Felipe Borges Dutra Ribeiro, Alice Fernandes da Silva, Thiagus Petrus e Bárbara Arenhart, entregou uma petição exigindo a renúncia do presidente da Confederação Brasileira de Handebol, CBHb, após a retirada do patrocínio do Banco do Brasil.

Um dos maiores nomes do handebol brasileiro na atualidade, Duda Amorim, e a capitã do Brasil na conquista do título mundial em 2013, Dara, conversaram de forma exclusiva com o Olimpíada Todo Dia e explicaram o que o movimento de atletas e ex-atletas desejam com o movimento contrário a atual gestão da CBHb e que exige a saída do presidente, Manoel Luiz de Oliveira.

“Acreditamos que precisamos de uma nova estrutura de gestão. Hoje a CBHb é muito centralizada, falta maior participação dos atletas, falta fortalecimento da liga nacional. Precisamos de novas práticas mais modernas e lógico uma gestão com mais transparência”, disse Duda Amorim

O Banco do Brasil decidiu por não continuar com o patrocínio, que tem vigência até 30 de maio de 2018, uma semana após o presidente da CBHb, Manoel Luiz de Oliveira comanda a entidade há mais de 28 anos, ser afastado por decisão da Justiça Federal no início do mês de abril por irregularidades no uso de R$ 21 milhões de dinheiro público.

“Não gostamos do fato que ultimamente a CBHb está ligada à notícias negativas e não dos nossos êxitos. Pedimos a renúncia do Manoel para o bem da modalidade. Acreditamos que as acusações devem ser respondidas com ele fora da confederação, para que a instituição mostre seriedade e transparência. Só assim novos patrocinadores aparecerão”, comentou Duda.

“Para chegar ao ponto de pedir a saída é porque estamos vendo que tudo está indo para um caminho ruim com a permanência dessa gestão. O foco é que a modalidade não perca a credibilidade, que não caia no esquecimento ou na recusa de apoio. Esse primeiro passo foi importante agora vamos torcer para que a repercussão e o desfecho seja positivo pro handebol”, disse Dara.

Para todos que estão participando, de forma direta ou indireta, a troca de gestão se faz mais do que necessária. A ideia é que a confederação tenha uma gestão clara, direta, feita com pessoas com propósitos, visando as necessidades da modalidade, que olhe para aqueles que vivem e amem o handebol, sendo clubes, atletas e ex-atletas.

“O objetivo é mobilizar ainda mais clubes e escolas, afinal essa é uma briga que estamos fazendo pra toda a modalidade”, finalizou Duda Amorim.

Por que em 2013 foi diferente

O ano de 2013 foi o auge da Seleção Brasileira de Handebol. Na época, Dara tinha 34 anos e era a capitã daquele grupo que foi campeã mundial na Sérvia. A gestão da CBHb era a mesma, mas o resultado da quadra foi alcançado, o que não acontece hoje. Para a ex-atleta, o que diferenciou o grupo do restante naquela competição foi o foco e a vontade de vencer, apesar de tudo e todos.

“Aquele grupo resolveu que tinha que ganhar algo significativo pra poder exigir coisas, então o foco, a cabeça, o coração, ficou 100% voltado pra dentro da quadra, nada de ruim ou bom do lado de fora nos interessava naqueles dias de competição. A gente cobrou sim muito da instituição algumas coisas , até então acreditávamos em tudo que nos diziam, não passou pela nossa cabeça que a coisa fosse tão séria quanto se está demonstrando agora”, comentou Dara.

Falar que a Seleção Brasileira foi campeã mundial em 2013 apesar da CBHb ou até mesmo que não teve nenhum tipo de ajuda do órgão máximo da modalidade no país não é verdade. Contudo, segundo Dara, a conquista não fez todos acharem que tudo estava bem e certo.

“O título de 2013 teve apoio da CBHb e de tudo que envolvia a instituição naquele momento, mas o grupo de pessoas que esteve na Sérvia, deixou de lado tudo que pudesse interferir de maneira negativa na busca daquela conquista. A confederação não nos prejudicou porque ganhamos, mas dizer que ela não existia isso não posso dizer, até porque o handebol brasileiro não se resume apenas naquela seleção campeã do mundo e sim em todas as seleções de todas as categorias e naipes”, finalizou a ex-atleta

Veja o vídeo que a Comissão dos atletas colocou nas redes sociais 


Nota de esclarecimento da CBHb

A confederação Brasileira de Handebol (CBHb) recebeu, nesta segunda-feira (23), uma carta de pedido de renúncia do atual presidente subscrita pelos atletas: Bruno Carlos de Oliveira, Felipe Borges Dutra Ribeiro, Gil Vicente de Paes Pires, Alice Fernandes da Silva, Eduarda Idalina Amorim, Thiagus Petrus Gonçalves dos Santos, Patrícia Scheppa e Bárbara Elisabeth Arenhart.

Em relação ao seu teor, esclarece:

I) Dos atletas que subscrevem o documento, são membros da comissão de Atletas constituída nos termos dos artigos 36 e 37, do Estatuto vigente: Felipe Borges Dutra Ribeiro, Gil Vicente de Paes Pires, Alice Fernandes da Silva e Bruno Carlos de Oliveira (presidente e representantes da categoria no colégio eleitoral da CBHb, nas Assembleias Eletiva e Ordinária de 2017 e Ordinária e Extraordinária de 2018).

II) O Presidente eleito por 98 votos a 36, encontra-se licenciado do cargo, tendo o seu pedido a época encaminhado ao Presidente do Conselho de Administração da Entidade, conforme os termos da ata da reunião extraordinária do referido órgão (link: https://bit.ly/2Hphnok). O primeiro vice-presidente, senhor Ricardo Souza, encontra-se no exercício do cargo. A referida ata foi publicada no site da entidade em 19 de abril, e posteriormente encaminhada às federações, Presidente das Comissões de Árbitros, Clubes, Atletas, Presidente do Conselho Fiscal, Comitê Olímpico Brasileiro (COB), Ministério do Esporte e patrocinadores.

III) O pedido recebido já foi encaminhado para o Sr Presidente do Conselho de Administração para conhecimento, tomada de providências e manifestação que julgar o órgão colegiado serem pertinentes e necessárias.

IV) No tocante às medidas judiciais mencionados, reiterando o firmado no item 2, de Nota de Esclarecimento veiculada em 07 de abril, cumpre informar que a entidade já está tomando as medidas judiciais cabíveis pautadas pelos princípios da legalidade, legitimidade, contraditório, ampla defesa, respeito e cumprimento de DECISÕES emanadas dos órgãos da justiça Brasileira.

A suposta gestão temerária expressada na carta e manifestada nas ações judiciais em curso em Aracaju, bem como em Brasília até a presente data, não lograram êxito. Visto que, os pedidos de intervenção e anulação do pleito eleitoral, não foram DEFERIDOS.

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