Gabi Moreschi teve paciência até poder disputar os Jogos Olímpicos pela primeira vez. Depois de ficar de fora de Tóquio-2020, ela assumiu a titularidade da seleção brasileira de handebol feminino para chegar em Paris-2024. Hoje, aos 30 anos de idade, é uma das protagonistas da equipe e peça-chave no plantel do treinador Cristiano Rocha.
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“Não é fácil esperar tanto tempo. Mas acho que isso me trouxe uma força diferente e hoje me sinto muito mais preparada. Estou muito feliz porque eu cheguei nos Jogos Olímpicos que era meu sonho e cheguei do jeito que eu queria ter chegado: como goleira titular da seleção, podendo ajudar as meninas da melhor forma possível”, falou Gabi, destaque da estreia do Brasil contra a Espanha.
A convocação veio
Gabi disputou três Mundiais, em 2017, 2019 e 2023, mas ficou de fora de duas edições de Olimpíadas. Na Rio-2016, quando ela já fazia parte da seleção, as goleiras escolhidas foram Babi Arenhart e Mayssa. Cinco anos mais tarde, em Tóquio-2020, foi preterida na convocação por Babi e por Renata Arruda. Em Paris, Gabi e Renata foram convocadas.
As duas escolhidas fizeram uma temporada europeia de clubes muito boa e foram destaques por onde passaram. Gabi, no Bietigheim (Alemanha), foi vice-campeã da Champions League e a goleira com mais defesas da competição, enquanto Renata foi a MVP da Liga Europa pelo Gloria Bistrita (Romênia). A lenda Babi foi convocada como suplente da seleção e ficou de fora da lista final.
“O Cris (Cristiano Rocha) tinha que escolher alguém para ficar de fora, mas eu estava muito confiante no meu trabalho. Sabia que a comissão também estava confiando, nós tivemos uma troca muito importante nos últimos tempos. Tenho certeza que qualquer uma das três que eles escolhessem, o Brasil estaria muito bem representado. Estamos muito bem de goleiras”, falou a paranaense.
Herança no gol
Por conta de toda essa concorrência, é visível notar que Brasil vem tendo muito sucesso na posição do gol nas últimas gerações. A começar pela histórica Chana Masson, depois passando por Mayssa Pessoa e Babi, que estiveram na conquista do histórico título mundial de 2013, até chegar em Renata Arruda e Gabi Moreschi, as atuais titulares da equipe.
“O Brasil tem um histórico de goleiras sensacionais e eu fico muito honrada de vestir essa camisa e de estar no gol. Temos muitos nomes significativos na história do handebol. Para mim, é uma honra dividir o gol com a Renata (Arruda) e com a Babi (Arenhart) e todas as outras que também passaram”, disse Gabi, que é natural de Maringá e começou no handebol aos 13 anos.