A Seleção Brasileira garantiu a classificação para as oitavas-de-final do Mundial de handebol masculino nesta segunda-feira sem precisar entrar em quadra. A vitória da Rússia sobre a Polônia por 24 a 20 classificou matematicamente a equipe comandada por Washington Nunes para a próxima fase da competição.
O jogo entre Rússia e Polônia encerrou a terceira rodada do Grupo A do Mundial de handebol. Com os resultados, a França segue como líder isolada com seis pontos (três vitórias em três jogos). Rússia, Noruega e Brasil têm quatro pontos (duas vitórias e uma derrota), mas os russos estão em segundo pelo saldo de gols (10), noruegueses em terceiro (3) e brasileiros em quarto (-8).
A quarta rodada será aberta nesta terça com o confronto entre Brasil e Noruega às 11h. A vitória pode fazer a Seleção Brasileira subir para a vice-liderança, já que na quarta a favorita França encara a Rússia.
O jogo desta terça, no entanto, tem tudo para ser muito difícil. A Noruega venceu a Polônia e Rússia e fez um duro jogo contra a França, terminando com apenas três gols de desvantagem após uma excelente atuação do se seu goleiro.
Além disso, a Noruega é uma escola muito tradicional da modalidade, por isso, toda atenção é pouca para esse confronto. “A Seleção da Noruega fez uma partida muito equilibrada com a França e com a Polônia. Esperamos fazer um bom confronto. Continuamos acreditando que nosso sistema defensivo causa dificuldade para o ataque europeu e que temos boas possibilidades de vencer a partida e, assim, carimbar o passaporte para as oitavas de final”, resumiu o técnico Washington Nunes.
Como sempre, uma das armas brasileiras para vencer os adversários é a forte defesa imposta pela equipe. O técnico acredita que o grupo precisa seguir nesse fundamento para conseguir se sair bem contra a Noruega. “Quase todos os europeus, tanto nos clubes quanto nas Seleções, jogam com o 6×0. Se jogam com um 5×1 em alguns momentos é feito de forma mais baixa. O nosso 5×1 é pressionado. Ele vai buscar os jogadores fora, joga mais na linha de bola, tenta interceptar as bolas e dificulta as ações mais cômodas que os adversários têm para fazer as ações de ataque, o que acaba fazendo com que eles precipitem ataque e chutem algumas bolas mais rápidas, favorecendo um pouco o trabalho do nosso goleiro. Por isso, acreditamos que esse sistema pode garantir uma eficiência maior. O que sempre nos preocupa é quanto eles podem jogar com sete contra seis, porque aí temos que mudar o sistema, mas também nos saímos bem com o 6×0 nesses jogos anteriores”, explicou o treinador.
‘Espião’ brasileiro no país nórdico, o goleiro César ‘Bombom’, que atua no clube Arendal, encara a próxima partida como uma final. “Ultimamente o handebol masculino da Noruega vem crescendo bastante. Isso ficou claro no Campeonato Europeu, em que eles não foram para a final por detalhes. Assim como a nossa equipe também cresceu muito nos últimos anos. Para vencer amanhã, temos que entrar concentrados, com pensamento que é uma final, e jogar muito forte. Essa é uma partida que os dois querem ganhar porque o grupo está aberto e todos querem se classificar na melhor posição possível para escapar de um cruzamento mais difícil.”
Além da preocupação com as duas fortes partidas seguintes, o Brasil terá que encarar um desfalque importante daqui para frente. O armador e capitão da equipe, Thiagus Petrus, sofreu uma lesão no jogo de ontem contra o Japão e está fora do Mundial de handebol. O atleta rompeu o tendão do músculo adutor longo do lado direito. Em seu lugar foi convocado o armador esquerdo Leonardo Dutra, do EC Pinheiros (SP).