Sérgio Hortelan é um dos nomes mais conhecidos e respeitados do handebol nacional. No Clube Pinheiros há mais de 28 anos, o, hoje, coordenador e treinador do time masculino adulto passou por um grave problema de saúde no último ano. Diagnosticado com mielofibrose, que é um tipo de câncer na medula óssea, Hortelan passou por um transplante de 100%, se recuperou e terminou a temporada de 2021 comandando a equie na beira da quadra.
“Acho que mudou muita coisa. A gente lidar com uma doença terminal, com essa situação de transplante e o médico jogou limpo comigo. Sabia de todas as situações que eu poderia ter, todas as sequelas e acabei não tendo nada. Fiz o transplante em maio, o processo é duro e muito doloroso. Fiz quimioterapia, fiquei 60 dias internado em um quarto de hospital sem sair, emagreci 15kg e me recuperei muito bem”.
-Vinicius Joaquim: de ‘quase’ pedreiro para a referência da família
A volta a “vida normal”
O processo de recuperação foi demorado, constante e doloroso. Por ter realizado a cirurgia durante a pandemia, Sérgio Hortelan teve que ter ainda mais cuidados com a saúde na recuperação. Em um primeiro momento, afastado da rotina de treinador, Sérgio teve que enfrentar os problemas com a ajuda de remedios e o apoio da família.
“Minha família me ajudou muito. Minha filha ficou 60 dias comigo, minha ex-esposa me deu muita força, assim como meus amigos. Voltar a trabalhar, a ter a rotina me deu muita sustentação. A pandemia mexeu com todos e commigo também, voltar a ter esse dia a dia, ganhar jogo, perder jogo, ter treino, debate, discussão, tudo me ajudou e foi maravilhoso. Voltar a viver foi fundamental”.
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Mesmo depois de voltar gradativamente para a rotina, Hortelan não conseguiu seguir com a equipe para a disputa do Super Globe, o Mundial de clubes do handebol, que aconteceu na Arábia Saudita, e o Pinheiros terminou com o quarto, melhor colocação de sua história. No restante da temporada, o time paulista também conseguiu bons resultados, sendo vice-campeão da Liga Nacional e terceiro colocado no Paulista. Apesar dos bons resultados, o técnico não esconde que a dificuldade enfrentada no último ano mudou sua vida.
“Meus amigos me chamam de Suzy agora, porque eu fiz um transplante de 100% da medula óssea e a doadora foi minha irmã. Agora eu estou muito mais calmo, muito mais tranquilo. Mudou muita coisa. A minha idade e a doença me fez ver a vida de maneira diferente, passei a valorizar muito o dia a dia. Isso tudo que aconteceu me fez querer ajudar e fazer o melhor possível sempre”, finalizou Sérgio Hortelan.