O cenário do handebol brasileiro vive um ambiente conturbado e já não é de hoje. Iniciando a temporada de 2021/2022 da modalidade, duas competições nacionais estão em andamento simultaneamente: a Liga Hand Feminina, organizada pela Abrahand (Associação Brasileira de Handebol), que começou em 28 de agosto, e a Liga Nacional de handebol feminino, organizada pela CBHb (Confederação Brasileira de Handebol), que teve início em 4 de setembro e consagrou a Sarandi como campeã da primeira etapa, a Conferência Sul, nesta segunda-feira (6).
Uma competição, no entanto, não tem relação com a outra, e o Olimpíada Todo Dia explica tudo. Em março de 2019, foi fundada a Abrahand (Associação Brasileira de Handebol), que busca propor novos rumos para a modalidade no Brasil. O grupo se articulou para lançar uma liga própria, que teria sua primeira edição no final do ano passado. Entretanto, a pandemia se agravou durante a semana que o evento seria organizado em Blumenau e os orgãos governamentais proibiram a realização do torneio.
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Assim, a Liga Hand Feminina (LHF) precisou esperar cerca de oito meses para enfim fazer a sua estreia em agosto de 2021. Mas um ponto fundamental mudou nesse meio tempo: a chancela da CBHb.
Segundo a Abrahand, o corpo diretivo da entidade se reuniu diversas vezes com as lideranças da Confederação Brasileira de Handebol e recebeu a chancela da entidade para realizar a Liga Hand Feminina em 2020, porém a nova gestão da CBHb optou por não renovar a validação para a temporada atual.
Dessa forma, sem a renovação da chancela, temos a primeira edição da Liga de forma independente do modelo federativo. As grandes ligas esportivas que existem no Brasil, como NBB, LBF e LNF também passaram por isso nas primeiras temporadas.
Posições distintas
A nova gestão da CBHb tomou posse em fevereiro deste ano e, segundo informou Marcelo Rizzotto, vice-presidente da entidade, ao OTD, todas as chancelas anteriores foram canceladas. A entidade máxima do handebol brasileiro e a Abrahand estiveram em contato para tentar unir a modalidade, mas não conseguiram entrar em um acordo.
“Nossa gestão iniciou em fevereiro. Anulamos todas as chancelas anteriores e não houve nenhum pedido de chancela da Abrahand. Tivemos conversas com todos da Abrahand para unirmos tudo, mas as condições que eles queriam não era o que pensamos como uma gestão para todos. Jamais poderíamos privilegiar uns em detrimento de outros. Nossa liga nacional conta com 13 equipes de quase todas as regiões do Brasil, só não temos equipes do Norte, que não se inscreveram. Nós queríamos muito todos juntos mas não foi possível”, pontuou Rizzotto.
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A LHF ainda ressalta que sua proposta é a criação de um espaço feminino para a modalidade, algo que ainda não existia. As atletas e clubes tem participação efetiva na gestão da competição através de uma comissão feminina.
Desta forma, sem um acordo entre as entidades, as duas competições seguem de forma independente uma da outra. E apenas duas equipes participarão de ambas: Maringá, que ficou em segundo lugar na Conferência Sul da Liga Nacional de handebol feminino, e o Pinheiros, que já estreou com vitória na Liga Hand Feminina.