Essa segunda-feira (14) foi um dia muito especial para a cearense Elaine Gomes. A partir dessa data, a atleta campeã mundial com a seleção brasileira de handebol em 2013 pode oficialmente voltar a praticar o esporte que ama.
A pivô brasileira, que estava suspensa por 16 meses após ser pega no doping, recebeu no final de agosto a notícia de que a pena havia sido congelada, liberando-a então para disputar a temporada 2020/21. Com o objetivo de conquistar a medalha olímpica, a única que falta para a seleção feminina de handebol, a atleta não esconde a vontade de atuar por um clube logo.
“Estou esperando a melhor proposta. É um ano importante depois de tudo que aconteceu. Estou bem aflita por ainda não ter por quem jogar. Não podemos esquecer que todos os times na Europa já estão montados,” contou Elaine em live com o Olimpíada Todo Dia.
Troca de empresário
Elaine pretende voltar para a Europa até o final do mês. A atleta revelou ao OTD que trocou de empresário após não ter conseguido fechar uma proposta com um clube da Romênia, irrecusável, segundo ela mesma.
“Eu troquei após perder uma proposta muito boa do Rapid Bucaresti. Estava tudo quase pronto, mas acho que meu empresário não acreditou muito. Eu fiquei possessa. Mas agora paciência. Meu novo empresário já está em contato com várias equipes”, contou Elaine Gomes.
Destino Europa
A intenção da jogadora é voltar a jogar por um clube europeu, não importa de qual divisão seja. O intuito é voltar o mais rápido possível para começar a preparação visando uma possível vaga na seleção de handebol.
“Mesmo que for pra receber menos, eu quero jogar handebol. Eu quero jogar, me preparar para 2021. Esse é realmente o foco. Se for para pegar uma equipe fraca, eu vou. Não tenho mais tempo e nem paciência por algo milagroso,” revelou Elaine.
Uma certeza, entretanto, Elaine já tem: não voltará, em hipótese alguma, ao Corona Brasov, que lhe rendeu a infortuna suspensão.
“Deus me livre! Não tem perigo, Deus me livre! E o Corona Brasov caiu para a segunda divisão também. Deus me livre”, brincou a jogadora.
Mais forte mentalmente
No aguardo por uma boa proposta, Elaine aproveitou o tempo para se dedicar esse tempo todo de suspensão a projetos sociais em Fortaleza, algo que lhe ajudou a crescer mentalmente.
“O projeto é aqui na rua da minha casa. Tem sido muito especial. Eu consegui bolas, coletes… reformamos tudo junto com a rede pública. As meninas adoram. tem umas de uns 12 anos que me abraçam o treino quase inteiro. Me enche de força”, disse a jogadora.
“Estou podendo viver coisas que não vivia. Se não tivesse ocorrido a suspensão e a pandemia, eu não estaria evoluindo pessoalmente. Estou mais madura.”
Entenda o caso
O tormento de Elaine Gomes, campeã mundial em 2013, iniciou em outubro de 2019. Na ocasião, todas as atletas do Corona Brasov foram submetidas a um tratamento considerado proibido segundo a WADA (Agência Mundial Antidoping). Em novembro, as jogadoras do clube receberam uma suspensão preventiva de um mês. E, em junho de 2020, foram condenadas e a brasileira foi punida e só poderia regressar às quadras em março de 2021.
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O problema de Elaine Gomes com o doping fez com que não pudesse disputar o Campeonato Mundial de Handebol de 2019, no Japão. Ela já estava com a seleção brasileira, mas acabou desligada da delegação no período de preparação para o evento. Com a autorização da Justiça Desportiva para retornar, a pivô volta suas atenções na briga por uma vaga no elenco que disputará os Jogos Olímpicos de Tóquio e deseja seguir atuando na Europa.