O Brasil disputa a partir da semana que vem o Mundial de handebol feminino com um reforço importante. Campeã mundial em 2013 e eleita a melhor jogadora do planeta em 2012, Alexandra Nascimento, que não defende a equipe desde a Olimpíada de 2016, está de volta à Seleção aos 38 anos. A jogadora, que sofreu com uma sequência de lesões a partir de 2017, está completamente recuperada e pronta para ajudar a equipe comandada por Jorge Dueñas.
“Infelizmente tive duas lesões seríssimas, um ligamento cruzado e depois um tendão do músculo posterior da coxa, que me deixaram fora. Senti muito e trabalhei muito, foi bem difícil, mas eu sou uma guerreira e consegui voltar”, comemora Alexandra, que está jogando numa posição diferente na Japan Cup, torneio disputado pelo Brasil como preparação para o Mundial.
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“Estou tendo que ajudar numa posição que não é minha. Gosto demais de jogar de lateral direita. Para quem é ponta, jogar de lateral é como estar no céu porque pode pegar na bola toda hora, enquanto na ponta não. Mas as meninas estão me ajudando muito. Estou tendo que estudar movimentações e direções, onde tem que ir certinho. Só espero poder ajudar da melhor maneira possível. Para mim, sempre foi um prazer enorme estar na Seleção, sempre foi um orgulho estar vestindo essa camisa e não importa onde, se é na defesa ou se é no ataque ou se é no banco, o meu papel aqui é dar toda minha força, que ainda tenho muito amor e muita vontade para dar para as meninas”, garante.
Além da adaptação à nova posição, Alexandra Nascimento precisa se encontrar dentro do novo grupo de jogadoras. É verdade que existem remanescentes do elenco campeão mundial em 2013 como Duda Amorim, Ana Paula Rodrigues, Deonise, Babi e Mariana Costa, mas tem também muita jogadora com quem ela ainda não tinha jogado.
“Eu achava que não ia precisar de um período de adaptação, mas precisa. Elas já estavam já jogando juntas, foram para os Jogos Pan-Americanos e tiveram duas fases de treinamentos. Então, elas já têm alguns segredos de grupo, mas não me sinto mal. O grupo me respeita, o grupo me acolheu”, garante a jogadora.
Mas além de ajudar o time dentro da quadra com a qualidade de jogadoras que foram campeãs mundiais, as mais experientes têm, segundo Alexandra Nascimento, um outro papel dentro do grupo de jogadoras.
“Experiência é uma coisa que conta muito. A gente fala que talento sozinho não leva muito longe. Então a gente está tentando, em todos os treinamentos, todos os dias, conversar com as meninas mais novas, dando uma ajuda positiva para elas, tentando tirar essa pressão ou até mesmo esse nervosismo delas por não estarem acostumadas a jogar uma competição como o Mundial. Acredito que está dando certo. Esse grupo é muito positivo, aberto e acredito que a gente está no caminho certo”, garante a jogadora, apesar dos resultados iniciais da preparação para o Mundial não terem sido os melhores. Até agora, o Brasil perdeu os dois jogos que fez, para França e para Eslovênia, e neste domingo enfrenta o Japão.
“A gente tem várias trocas desde as mais altas quanto as pequenas e rápidas. Acredito que a gente tem muitas peças e agora é saber certinho encaixar e a gente conseguir se liberar e jogar melhor até a estreia no Mundial contra a Alemanha”, acredita a jogadora, de quem não dá para duvidar depois de tudo o que já conquistou na carreira.
Escolhida a melhor do planeta e campeã mundial. O que mais falta na carreira de Alexandra. Que tal mais uma Olimpíada? Ela jogou em Pequim, Londres e no Rio de Janeiro. Será que Tóquio está a caminho? “Não sei. É o que eu falo para o treinador: vamos passo a passo. Eu estou gostando muito de estar aqui. Se o treinador precisar de mim, com certeza. Para mim, vai ser um outro sonho se realizando”