Duda Amorim tem 30 anos. É o principal nome da história do handebol feminino do Brasil. Foi considerada a melhor jogadora do Mundial de 2013, vencido pela Seleção Brasileira, e eleita a melhor do planeta em 2014. Apesar de tantas conquistas, ela sempre quer mais. O objetivo do momento é conquistar pela terceira vez pelo Gyori, da Hungria, a Champions League, cujo Final Four acontece no próximo fim de semana em Budapeste. Em entrevista exclusiva ao Olimpíada Todo Dia, que você pode conferir no vídeo acima, a atleta projetou o fim da carreira para 2020 para poder jogar mais uma Olimpíada e depois realizar o sonho de ser mãe, mas se mostrou cética quanto às chances do país chegar ao pódio em Tóquio.
“O sonho da medalha olímpica não se concretizou no Rio de Janeiro e acredito que para Tóquio é muito difícil a luta pela medalha. Acho que esse sonho já ficou de lado, mas é lógico que pode acontecer mais para frente se o grupo vier a treinar e a jogar bem, mas não é um sonho real, acho que é um sonho um pouco mais distante”, acredita Duda, que justifica sua opinião com as aposentadorias da Seleção de jogadoras importante como Dara, Alê, Dani Piedade e Mayssa. “Nossa geração, infelizmente, acabou. Agora, eu acredito que a renovação vem um pouco mais fraca e vai demorar um pouquinho para vir um resultado desse time”.
Contribui para o pessimismo de Duda Amorim, a falta de informações sobre a Seleção Brasileira. O técnico dinamarquês Morten Soubak, que dirigiu o time na conquista do Mundial de 2013, foi demitido no final do ano passado e até agora ninguém foi contratado para substituí-lo. “A gente vai precisar de mais tempo juntas para ver como vai ser. Não dá para falar muito agora a respeito. A gente se encontrou só uma vez, ainda com o Morten. Então a gente está em transição. A gente não tem um técnico novo ainda. Eu acredito que é um momento, que a gente tem que entender, de transição. A partir do momento em que for escolhido o técnico novo, as coisas vão se esclarecer mais e a gente vai ter mais respostas para todas as perguntas”.
Por conta disso, a dedicação de Duda Amorim está focada em ajudar o Gyori a conquistar o título da Champions League. No Final Four, a equipe vai enfrentar no sábado o Buducnost, de Montenegro, na semifinal. Se vencer, disputa a final no domingo contra o vencedor do duelo entre Vardar, da Macedônia, e Bucareste, da Romênia.
“É um momento muito legal agora. É a melhor parte da temporada, quando vamos saber se vamos conseguir o resultado para o qual trabalhamos durante o ano inteiro. O Final Four é um evento que o público ama. No sábado são as semifinais e no domingo é a disputa de terceiro e a final. Eu acredito que o ginásio cabe umas dez mil pessoas e sempre lota. Vai ser um prazer participar de mais uma Final Four”, afirma.
O Gyori chegou perto do título no ano passado, mas foi derrotado na final pelo Bucareste. A equipe húngara é uma verdadeira seleção internacional e considerada uma das favoritas ao título desde o começo da competição. Jogar aqui em Gyor é um prazer. É um time super internacional. Tem duas da Holanda, duas da Noruega, uma da República Tcheca, eu de brasileira, tem uma da Tunísia e as outras são húngaras. Então é bem internacional, mas eu acho que com cada cultura dá para aprender um pouquinho. Todas tem um tipo de mentalidade, um tipo de lutar dentro de quadra. É um lugar em que eu sinto prazer de jogar porque, além de tudo, é um clube que sempre quer ganhar”, diz Duda.
A brasileira está concorrendo ao título de melhor defensora da Champions League. Ano passado, ela foi eleita. Mas o que ela quer mesmo é ser campeã. O plano é de seguir jogando até 2020 para poder disputar mais uma Olimpíada e depois se aposentar para realizar o sonho de ser mãe.
“Quero jogar da melhor maneira possível os anos finais da minha carreira até Tóquio, ser feliz em quadra, é isso que eu quero. E lógico que depois tem os sonhos pessoais. Eu quero ter alguns bebês e formar uma família. Esses são os sonhos de agora”, revela Duda.