O Brasil oficializou nesta terça-feira a candidatura para sediar o Campeonato Mundial de Ginástica Rítmica em 2025. E os grandes resultados da temporada mostram que o país tem o potencial de realizar a competição no Rio de Janeiro.
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Segundo Bruna Martins, coreógrafa e treinadora do conjunto brasileiro, os grandes resultados da ginástica rítmica nacional credenciam o Brasil a sediar um evento tão importante como o Mundial. “Acredito que com os bons resultados do Brasil, tanto no conjunto como individual, nos tornamos uma grande potência para podermos sediar um Campeonato Mundial. A Confederação Brasileira de Ginástica trabalha bastante, tanto no fomento da ginástica rítmica, como também para que os resultados sejam reconhecidos. Isso torna a gente ainda mais fortes para trazermos o Mundial para o Rio”, contou a técnica.
A candidatura
Na última terça-feira, a CBG protocolou em Brasília a documentação da candidatura junto à FIG (Federação Internacional de Ginástica). No encontro, além de membros da entidade, estava o ministro do esporte, André Fufuca, que demonstrou apoio em trazer o torneio para o Rio de Janeiro. Dessa forma, algumas atletas também estavam presentes no protocolo, como Babi Domingos, melhor atleta feminina do Brasil em Santiago, Nicole Pircio, capitã do conjunto no Pan, Duda Arakaki, capitã do conjunto no Mundial de Valência, e Maria Eduarda Alexandre, campeã das maças e arco no Pan.
“Hoje é um dia histórico para o esporte brasileiro, em especial a ginástica rítmica. Estamos anunciando o apoio do Ministério do Esporte para as garantias que darão direito ao Brasil de ser sede do Mundial de ginástica rítmica de 2025. Nós queremos trazer esse campeonato para a Cidade Maravilhosa, o Rio de Janeiro, e mostrar ao país e ao mundo a capacidade, a qualidade e a técnica das nossas ginastas. O Brasil deu show no Pan-Americano, vem dando show em todas as competições que participa e não vai ser diferente na nossa casa”, declarou o ministro Fufuca.
Ginástica rítmica brasileira faz história no Mundial
As temporadas de 2022 e 2023 foram as melhores da ginástica rítmica brasileira. Bárbara Domingos carimbou seu passaporte para os Jogos Olímpicos de Paris-2024 ao terminar o Mundial de 2023 na 11ª posição do individual geral, assim atingindo marca histórica tanto para a atleta como para o país. A brasileira também foi finalista nas maças, onde terminou na 7ª posição do aparelho, outro resultado inédito.
Já o conjunto foi além, depois de ter sido 5ª colocada no geral em 2022 no Mundial, ficou na sexta posição em 2023, garantindo a vaga olímpica de forma direta. Foi a primeira vez na história que o grupo atingiu o feito, uma vez que as classificações anteriores foram via vagas continentais.
Para Camila Ferezin, técnica do conjunto, os resultados são consequência de um trabalho sólido que vem sendo construído ao longo de anos. “Isso é fruto de muito trabalho de muitos anos, feito por muitas mãos. Quando assumi a seleção, éramos só 26ª do mundo, e ano passado fomos 5ª no geral e em 2023 fomos 4ª na prova de 5 arcos. Então vimos que conseguimos sim estar entre as melhores do mundo”, contou a treinadora.
Brasil faz a limpa na ginástica rítmica em Santiago
Após as classificações diretas aos Jogos Olímpicos de Paris, a ginástica rítmica brasileira voltou os olhos para o último grande compromisso de 2023: os Jogos Pan-Americanos de Santiago. Lá, oito ginastas representaram o país, sendo cinco no conjunto e mais três no individual. Assim, com oito provas em jogo, as brasileiras encantaram árbitros e públicos e conquistaram todos os ouros da competição.
No conjunto, com provas gerais, simples e mistas, o Brasil voltou ao topo das Américas após frustrantes terceiro lugar em Lima-2019. O time capitaneado por Nicole Pircio sobrou nas disputas e levou os três ouros. O destaque foi para o ouro geral, sexto em toda a história do Brasil na competição.
Enquanto isso, nas disputas individuais, o Brasil teve três ginastas competindo no Pan. Babi Domingos levou sozinha 5 medalhas, sendo 3 ouros e 2 pratas. O destaque foi para o título no individual geral, marca inédita para o país em Pans. Ela também foi a brasileira que mais subiu ao pódio na capital chilena, mostrando a dominância continental.
Maria Eduarda Alexandre também brilhou no Pan. A jovem de 16 anos levou dois ouros, nas maças no arco, desbancando a compatriota Bárbara. A ginasta mostrou ao mundo que o futuro da ginástica rítmica do Brasil está em boas mãos. Por fim, Geovanna Santos, a Jojo, também levou sua medalha para casa, com a prata na prova de bola, que emocionou torcida e juízes.