Talento em ascensão da ginástica rítmica do Brasil, a brasiliense Ana Luísa Passos terminou na 38ª posição no individual geral da Copa do Mundo de Baku com 91,750 na soma de todos os aparelhos. A ginasta do clube Cassab ficou, na sexta-feira, na 33ª posição na bola, com a nota 23,800, e em 41º lugar no arco (20,650). Neste sábado, ela ficou em 31º nas maças com 23,550 e em 34º na fita com 23,750.
Na avaliação da treinadora de Ana Luísa Passos, Kely Espínola, a vivência em competições dessa natureza é fundamental para o amadurecimento da atleta. “A ginasta só ganha experiência competindo, pisando no tapete. Por esse motivo, não poderíamos deixar passar esta chance de crescimento da Ana, uma excelente oportunidade para o desenvolvimento dela visando às competições-alvo”.
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Recentemente, Ana Luísa Passos completou 18 anos, e tem grandes perspectivas no ciclo olímpico que se estende até os Jogos Olímpicos de Paris-2024. “Ana vai buscar seu crescimento no ciclo, competindo e ganhando experiência. Ela ainda tem muito o que amadurecer, mas isso não é impedimento para ela buscar a tão sonhada vaga olímpica”.
Na preparação para Baku, a jovem brasiliense cumpriu rotinas de treinamento com 32 horas semanais, trabalhando na construção de suas quatro séries, que foram concebidas tendo como base o novo código de pontuação, que mudou radicalmente em comparação com o do ciclo anterior.
“O código passou de um extremo ao outro. Antes, eram mais valorizadas as dificuldades no manejo dos aparelhos. Agora se exigem mais dificuldades corporais e a parte artística”, diz Kely.
As séries foram preparadas no final do ano passado, no Centro de Treinamento Nacional de Ginástica Rítmica, em Aracaju.
“Fiquei bem empolgada por ter essa oportunidade de representar nosso País numa etapa de Copa do Mundo. Os desafios são grandes, porque temos agora um código de pontuação totalmente diferente do anterior. É por isso que treinamos firme, fazendo todos os ajustes necessários”, disse Ana Luísa Passos, antes do embarque para o Azerbaijão.
Enquanto se esforçam na tentativa de obter a melhor adaptação possível ao novo código, Ana Luísa Passos e Kely vão ganhando mais confiança para uma competição-chave neste ano, o Campeonato Pan-Americano do Rio de Janeiro, programado para 5 a 10 de julho.
A longo prazo, Kely acredita que as mudanças no código tenderão a favorecer sua pupila. “A Ana Luísa tem uma qualidade técnica corporal muito relevante. É uma atleta muito bem equipada para fazer frente às exigências do novo código. Trata-se de uma ginasta que chamamos, no nosso jargão, de “ampla”: apresenta linhas corporais muito limpas, definidas. É bastante flexível”.
Quanto ao aspecto artístico, a treinadora aposta que será desenvolvido com o passar do tempo. “Essa é uma qualidade que se associa com a maturidade, e a Ana Luísa vem evoluindo rapidamente. O Léo (o árbitro internacional Leonardo Palitot) observou alguns treinamentos dela e diz que ela já alcançou um progresso significativo: está mais expressiva, mais ondulada”.
Algumas das qualidades de Ana Luísa chamaram a atenção de ninguém menos do que Margarita Mamun, campeã olímpica individual nos Jogos do Rio. A russa observou a brasiliense no Mundial Juvenil de 2019, disputado em Moscou, e elogiou suas características físicas e a limpeza de seus movimentos.