Bárbara Domingos, atleta da ginástica rítmica, se apresentará de uma maneira bem brasileira em 2021. Vice-campeã dos Jogos Pan-Americanos de Lima-2019 na fita, a atleta terá uma nova série no aparelho e a trilha sonora escolhida foi o samba. Em 2020, durante o isolamento social por conta da pandemia do coronavírus, a ginasta teve um encontro definitivo com o ritmo ao tentar aprender a tocar cavaquinho.
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O instrumento pertence ao irmão de Bárbara Domingos, grande fã de samba e pagode, mas ela não foi bem-sucedida na experiência como música. “É muito difícil”, disse a ginasta, que é responsável pela melhor colocação do Brasil nas disputas no Individual Geral em Campeonatos Mundiais. “Estou bem otimista. Todas as minhas séries estão muito fortes”, completou a atleta da ginástica rítmica.
‘A Babi é a cara do Brasil’
Bárbara Domingos tentará vaga no Pan-Americano da modalidade, que será em maio, nos Estados Unidos. A técnica Marcia Naves comentou sobre a ideia de montar a coreografia da ginasta com base no ritmo brasileiro. “A Babi já estava há dois anos com a mesma série de fita e queríamos mudar, mas estava difícil encontrar um samba bom, que encaixasse. Aí decidimos encomendar uma trilha para um produtor musical”, disse.
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“O trabalho está em curso. Contratamos uma professora de samba para nos ajudar. Achamos que tem tudo para dar certo. Afinal de contas, a Babi é a cara do Brasil”, completou a treinadora. O escolhido para a tarefa foi o produtor musical Marcelo Vig. Baterista de origem, ele integrou na década de 90 a banda Tantra. No Brasil, trabalhou com Gilberto Gil, Lenine, Lobão e Marina. Já no exterior, tocou para Avril Lavigne, Eminem e Will Smith.
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No esporte, Marcelo Vig foi o produtor musical na Rio-2016 nas disputas do badminton. “Foi uma experiência bacana. O esporte é um evento para a família e a gente precisa se comunicar com o mundo inteiro”, destacou o músico. “O ritmo musical, no caso, o samba, é o que dará identidade para a coreografia. Mas o beat faz a conexão com o público internacional e os jurados”, afirmou o compositor.
Samba e coreografia
Para elaborar a coreografia, foi convocado Rhony Ferreira, que consagrou Daiane dos Santos no Mundial de 2003, ao som da salsa Para Los Rumberos, e aquela em que a atleta ganhou medalhas em etapas da Copa do Mundo, embalada por Brasileirinho. “A montagem de uma trilha sonora é uma cirurgia: a gente precisa cortar aqui, puxar ali. E desta vez tive que pedir as coisas ao produtor remotamente, o que adicionou complexidade”, relatou Rhony Ferreira.
A bateria da Enamorados do Samba, campeã do Carnaval de Curitiba em 2020, participará da gravação da trilha. E a roupa de Bárbara Domingos lembrará a de uma passista. “Montar uma trilha significa vestir de música os movimentos de uma ginasta. Essas grandes competições, como Mundiais, Jogos Pan-Americanos e Olimpíadas são uma janela aberta para o mundo. Temos a oportunidade de mostrar nossas raízes, nossa cultura”, apontou Rhony Ferreira.
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“Como temos uma ginasta capaz de sambar, sorrir e empolgar, por que não usarmos tudo isso a nosso favor? Teremos uma coreografia que vai casar bem com as características da personalidade da Bárbara. E o collant dela vai lembrar uma roupa de passista de escola de samba, remetendo ao nosso Carnaval”, concluiu o coreógrafo. Bárbara Domingos, de 20 anos, foi campeã na fita no Campeonato Sul-Americano de 2018 e 2019.