Mais do que competição, o esporte tem também a capacidade de aproximar povos por meio da cooperação. Foi o que demonstraram, na manhã desta terça-feira (9), as seleções de conjunto da ginástica rítmica do Brasil e de Israel. O treino virtual foi visualizado por um total de 3.938 visitantes únicos.
Empenhada em manter em alta a motivação e a forma física de suas atletas, a CBG (Confederação Brasileira de Ginástica) emplacou mais uma ação que entra para a história da entidade. Separados por cerca de dez mil quilômetros, os dois conjuntos realizaram um treino simultâneo com a ajuda de um aplicativo de compartilhamento de imagens via internet.
A atividade durou mais de cinco horas, com treinos físicos, manejo de aparelhos, exercícios de coordenação, dança e coreografias.
Finalista das três últimas edições dos Jogos Olímpicos e já classificado para Tóquio-2020, o conjunto israelense desfruta de excelente reputação na modalidade. O treino online representa um capítulo a mais no histórico de amizade entre as representações da ginástica rítmica das duas nações.
Parceria
Em fevereiro, ao retornar do Grand Prix de Moscou, na Rússia, a seleção brasileira passou alguns dias no CT de Holon, cidade conurbada a Tel-Aviv. As ginastas israelenses e brasileiras se aproximaram graças à intermediação do árbitro potiguar Leonardo Palitot.
“Nossas garotas se comunicam muito bem. No meio esportivo, cercado por tanta competitividade, costumo destacar que este tipo de experiência é muito importante”, sublinhou a treinadora israelense Rahel Faiga.
Satisfeita em meio a mais uma atividade bem-sucedida, Camila Ferezin, treinadora da seleção brasileira de conjunto e coordenadora de seleções da ginástica rítmica, espera que em breve o Brasil possa retribuir a hospitalidade que recebeu em Holon.
“O que mais desejamos é poder recebe-las tão bem como fomos recebidas”, afirmou. “Graças a experiências como essas, quando voltarmos ao ginásio para treinar, estaremos com mais bagagem e experiência”.
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A cooperação entre Israel e Brasil já não se circunscreve aos limites das quadras. O DJ israelense Chen Metzger Eder já até trabalhou na trilha sonora da coreografia de bola da equipe brasileira, segundo Camila.
Treino sem barreiras
Os treinadores brasileiros e israelenses se revezaram no comando dos exercícios, que foram executados por ambas as delegações. Assim, Rafael Jesus comandou o treino físico, Rhony Ferreira ficou com a parte de isoclass, Camila dirigiu exercícios de flexibilidade e Bruna Martins tocou a parte de ballet.
Depois do intervalo, as israelenses Rahel e Noa Kadosh apresentaram interessantes exercícios coordenativos com bolinhas de tênis e manejo de aparelhos. Na parte final, as duas equipes se apresentaram e ao final se divertiram, dançando com a professora de danças urbanas Janaína Amarante.
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As ginastas israelenses já podem se exercitar no ginásio de Holon – já as brasileiras, obedecendo à necessidade de isolamento social, treinaram no interior de seus lares. “Em Israel, o esporte foi a última atividade a parar (para fazer isolamento social) e a primeira a voltar. Enquanto a maior parte da população cumpriu dois meses de isolamento, ficamos isoladas por um apenas. Neste momento, ainda não estamos treinando as coreografias. Estamos fazendo uma série de exercícios de rotina, focando em coordenação”, contou Rahel.
Ao final, Henrique Motta, Coordenador Geral e de Eventos da CBG, expressou o desejo de um reencontro em breve. “Quero agradecer o esforço de todos para fazer parte dessa atividade. Que a gente se veja de novo em Tóquio!”. A equipe brasileira ainda precisa conquistar vaga para os Jogos.