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Paris 2024

Natália Gaudio não descarta disputar as Olimpíadas de Paris

Empresária, atleta e estudante, Natália Gaudio está próxima de realizar o sonho de se formar em Direito e projetou o futuro tanto na vida quanto no esporte

Natália Gaudio, da ginástica rítmica, não está classificada para Tóquio, mas já pensa nas Olimpíadas de Paris
Natália Gaudio foi medalha de bronze no Pan de Lima (Foto: Abelardo Mendes Jr/ rededoesporte.gov.br)

Aos 27 anos, Natália Gaudio já é uma veterana da ginástica rítmica. Como é um esporte que exige muita flexibilidade, as atletas costumam se aposentar antes dos 30 anos, tanto é que a espanhola Carolina Rodríguez, que esteve na Rio 2016, se tornou a ginasta mais velha a competir nos Jogos Olímpicos justamente nessa idade. Apesar disso, a capixaba não descarta buscar a vaga nas Olimpíadas de Paris, em 2024.

Seis vezes campeão brasileira e sete vezes sul-americana, Natália Gaudio espera o fim da pandemia do coronavírus para disputar a seletiva individual para a Olimpíada de Tóquio. Presente nos Jogos do Rio, quando se tornou a terceira atleta do país a disputar o evento, a ginasta participou de uma live nas redes sociais da Confederação Brasileira de Ginástica (CBG) e foi perguntada sobre o desejo de estar em Paris 2024.

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“Quem sabe? Eu não quero deixar nenhuma expectativa. Vou deixar a vida me levar. Eu nunca fui de fazer muitos planos a longo prazo. Prefiro deixar as coisas acontecerem, ainda mais nesse momento. A gente nem sabe se as Olimpíadas vão acontecer em 2021, então vou dar tempo ao tempo. Eu vou vivendo um passo de cada vez”, disse.

Segredo para se manter em alto nível

Há mais de 10 anos disputando as principais competições da ginástica rítmica, Natália Gaudio explicou como conseguiu se manter em alto nível durante tanto tempo.

“O principal é cuidar do corpo, saber os seus limites, porque ele é meu instrumento de trabalho. Todas as vezes que sinto algo diferente nos treinos eu doou uma parada, respiro e tento ver a melhor forma de executar aquilo sem se machucar, porque eu preciso preservar meu corpo. Depois disso, o amor pela ginástica. Eu sou muito feliz com o que eu faço. Esse talvez seja o grande segredo”, disse.

https://www.instagram.com/p/B_N0PMUB5rg/

Em meio à pandemia do coronavírus e o adiamento das competições da modalidade, Natália Gaudio usa os Jogos de Tóquio como forma de motivação e projeta o futuro com positividade.

“Minha maior motivação é chegar em mais uma Olimpíada. Tomara que aconteça em Tóquio, em 2021. Nesse momento delicado que estamos passando, precisamos arrumar formas para continuar motivado. Mesmo quando bate aquele desanimo, aquela incerteza, eu procuro pensar positivo, que tudo vai dar certo. É questão de dar tempo ao tempo para as coisas voltarem ao normal”, afirmou.

Empresária, atleta e estudante

Natália Gaudio tem uma rotina agitada quando não está viajando para as competições. Além dos treinos de ginástica rítmica, a capixaba está no nono semestre de Direito e é dona de uma loja que vende acessórios da modalidade.

“Essa vida é uma loucura, uma correria, mas eu não conseguiria viver sem. Eu já me acostumei a ser atleta, empresária e estudante ao mesmo tempo. Às vezes eu paro e penso: ‘Se me dedicasse 100% aos treinos, eu não conseguiria melhores resultados?’. Mas acredito que não, porque uma pessoa que fica focada em apenas uma coisa acaba tendo déficit em outras. O estudo é muito importante, quem não estuda fica um pouco perdido, alienado. Uma coisa ajuda a outra”, afirmou.

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Natália Gaudio precisou trancar a faculdade para focar na preparação das Olimpíadas do Rio de Janeiro e dos Jogos Pan-Americanos de Toronto 2015 e Lima 2019. A ginasta precisaria repetir a decisão para Tóquio, mas com o adiamento do evento, ganhou um respiro para, enfim, concluir o curso e realizar o sonho de se formar em Direito.

“Eu sempre acreditei que é muito importante manter os estudos. Nunca quis parar. Estou na faculdade faz alguns anos, tive que trancar algumas vezes, mas nunca pensei em desistir. Eu já tinha planos de trancar mais uma vez esse ano, por conta dos Jogos de Tóquio, mas essa pandemia mudou os planos. Vou continuar treinando e estudando”, afirmou.  

Futuro

Prestes a fazer a prova da OAB, Natália Gaudio pensa em prestar concurso público e atuar na área, mas sem perder a ligação com a ginástica artística. Além de manter o empreendimento que ajuda as atletas da modalidade, a capixaba cogita morar fora do país e montar um clube.

“Quero passar na OAB e fazer concurso público mais para frente. Mas vou continuar trabalhando com a ginástica. Quero continuar dando cursos, montando coreografia, penso em montar um clube. Umas das opções seria montá-lo fora do Brasil, porque eu tenho muita vontade de morar fora. Eu tenho muitos planos para o futuro, mas a ginástica é meu plano principal. Ela nunca vai sair da minha vida, porque por mais que siga minha carreira de Direito, eu nunca vou parar de trabalhar com ginástica. Eu amo a ginástica e não vou parar de assistir as competições e torcer pelas meninas”, finalizou.

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