O ginasta Arthur Zanetti disputará o sétimo Mundial de sua carreira em Doha, Catar, de 25 de outubro a 3 de novembro. Esta semana Arthur está no Rio de Janeiro, com o técnico Marcos Goto, participando do último camping da seleção brasileira no país – o embarque para Doha está previsto para o dia 12 de outubro. No 48º Mundial de Ginástica Artística Arthur vai competir nos três aparelhos que faz – argolas, salto e solo -, embora seja especialista e medalhista olímpico (Londres/2012, ouro, e Rio/2016, prata) e mundial (Tóquio/2011, prata, Antuérpia/2013, ouro, e Nanning/2014, prata) nas argolas.
Arthur Zanetti, de 28 anos, foi campeão nas argolas e no solo no Brasileiro de Especialistas, em Santos, em agosto, exibindo uma excelente forma física e séries limpas. Mas uma lesão no bíceps (estiramento no músculo), no braço direito, logo após o Brasileiro de Especialistas, atrapalhou um pouco sua preparação.
“Voltei de lesão e o trabalho é para ficar igual ou melhor do que estava no Brasileiro, minha última competição. Se isso acontecer minhas chances de pódio são boas. E é o que eu quero. Eu estou correndo atrás, me atrapalhou um pouco porque fiquei quase um mês sem subir nas argolas. É tomar cuidado, ir treinando e ganhando força até o dia da estreia”, afirmou Arthur. O ginasta retomou, na última semana de setembro, os treinos das séries nos três aparelhos em que vai se apresentar em busca de ritmo e força. “É um pouco mais difícil ganhar força, mas vai dar tudo certo.”
Arthur vai sair de nota 6.2 nas argolas e precisa apresentar uma série com execução perfeita para não ficar atrás de adversários que têm notas de partida 6.3.
“O planejamento se parece com o do último ciclo olímpico. Neste Mundial, o foco será na equipe. Em 2014, focamos na equipe, vimos que poderíamos classificar uma equipe completa, repetiu isso em 2015, e apenas em 2016 o foco passou a ser nos especialistas com chances de medalha. Deu certo. Tivemos maior quantidade de atletas na Olimpíada do Rio e conseguimos mais medalhas. A campanha até Tóquio será igual”, acrescentou Arthur.
O técnico Marcos Goto explicou que a seleção optou por ficar apenas sete dias no Rio de Janeiro e fazer uma aclimatação em Doha, de dez dias de treinos até a estreia na competição.
“Arthur vai ajudar a equipe nos três aparelhos em que compete. A série de solo dele deu uma boa melhorada, está mais constante, deu para ver no Brasileiro. Hoje ele também tem dois saltos para competir – vamos avaliar se compensa fazer os dois no Mundial ou não. Ele chegou muito bem no Brasileiro, mas ficou três semanas sem treinar direito após a competição por causa de lesão, retomou, mas devagar, para não correr o risco de lesionar novamente”, disse o técnico Marcos Goto, que treina o campeão olímpico há quase 20 anos – desde que Arthur tinha 9 anos -, no mesmo clube, a SERC/Santa Maria, em São Caetano do Sul.
As lesões atrapalham a campanha, observa Marcos Goto. “O Arthur Nory – que caiu na barra na classificatória do Brasileiro e machucou o cotovelo – e o Caio Souza também se lesionaram. Minha expectativa é que a gente chegue lá em Doha inteiro. Com todos em boa forma física e técnica vamos buscar a final, entre os 8 do mundo. Mas numa competição não tão boa podemos ficar entre os 12. São 24 as equipes que se classificam para o Mundial Pré-Olímpico, em 2019, e as três primeiras se qualificam diretamente para os Jogos de Tóquio.”